sexta-feira, 8 de junho de 2018

A manipulação e a orientação política na igreja





“Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não” (Mateus 22.17).

A manipulação e orientação política na igreja possui uma diferença sutil e quase imperceptível. Pois, a política tem a haver como nos organizamos e gerenciamos recursos e ações no mundo. Muitas pessoas estão interessadas em desenvolver seus dons e talentos para servir aos outros, mas há aqueles que querem se aproveitar disso para seus interesses escusos. Nestes tempos, como nos tempos de Jesus, precisamos ter “prudência como as serpentes e simples como as pombas”.

Inicialmente, a manipulação está associada a levar alguém ou grupo a uma disposição prévia em que o manipulador conduz sem que os manipulados percebam, ou não tenham como discernir. A intenção é enganosa e há a crença que caso seja esclarecido as intenções e propósito da manipulação não será exitosa o processo de condução dos manipulados. Em Atos 8.9-11 fala de algo assim:
Um homem chamado Simão vinha praticando feitiçaria durante algum tempo naquela cidade, impressionando todo o povo de Samaria. Ele se dizia muito importante, e todo o povo, do mais simples ao mais rico, dava-lhe atenção e exclamava: "Este homem é o poder divino conhecido como Grande Poder". Eles o seguiam, pois ele os havia iludido com sua mágica durante muito tempo.

Nesse episódio interessante, Simão (o mágico) iludia a todos, do pequeno ao grande para promoção de sua imagem e faziam crer ser dirigido por Deus. Aqui, podemos inferir algumas características dos manipuladores: se auto promove (se preocupa mais com a opinião pública do que agradar a Deus), busca influência grandes e pequenos, faz pensar que o seu poder ou habilidade é atribuído a Deus (cria artificialmente as condições de aplicação), os mantinham sob o poder de iludir (manipular) por tempo indeterminado (sede de mais poder) até não ser capaz de resistir a verdade no poder de Deus.




O curioso é que a magia (mágica) promete coisas difíceis no qual pessoas comuns não têm acesso facilitado de forma rápidas em que receberam por uma contrapartida, por meio de pagamento, um presente, um favor, uma oferta, etc. Coisas que vemos muito na igreja em oferecer, por exemplo, um candidato prometer coisas incabíveis e mentirosas (normalmente sem nenhuma estratégia, conhecimento e apoio) por um cargo no poder executivo ou legislativo nas esferas municipal, estadual ou federal.

Não vamos nos enganar, coisas difíceis e valiosas vem por meio de muito trabalho e suor (Gn 3.19). Logo, pautas importantes para membros de uma igreja não são balcão de negócios. Não se iludam com os “Simãos” de quatro em quatro anos que diz ter muita poder e influência e que vai resolver o seu problema, todavia, mal conhece o seu bairro/cidade.

Por outro lado, a orientação está relacionado a exortação e a responsabilidade. Se expõem claramente preceitos, conceitos e fatos em relação a orientação bíblica para a tomada de posição por parte de quem ouve a orientação. A orientação não diz o que deve-se fazer necessariamente, contudo, se expõem o que não se deve fazer. Aqui, vemos a exortação de Paulo a Timóteo a falar da verdade: 

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2 Timóteo 4.2).


Retomando o verso de Mt 22.17, Jesus respondeu:
Mas Jesus, percebendo a má intenção deles, perguntou: "Hipócritas! Por que vocês estão me pondo à prova?
Mostrem-me a moeda usada para pagar o imposto". Eles lhe mostraram um denário,
e ele lhes perguntou: "De quem é esta imagem e esta inscrição? "
"De César", responderam eles. E ele lhes disse: "Então, dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". (Mateus 22:18-21).



Jesus discerne a hipocrisia (falsidade, dissimulação) e faz uma demonstração da dura verdade para todo homem sobre a sua responsabilidade em analisar e buscar fazer a vontade de Deus na realidade em que vive. Ou seja, Dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

César representa o sistema político e mundano, no qual devemos pessoalmente sermos responsáveis pelas nossas decisões, pagamentos e direitos. Sem faltar com as ordenanças divinas de amor, justiça, respeito e adoração. Não podemos terceirizar a responsabilidade de para com ”César” e para com Deus. Ninguém deve pensar por mim, ou minha opinião está a venda caso alguém pague?

Reflitamos e ouçamos a voz de Deus para não aceitar a manipulação, pois Simão mesmo batizado e seguindo na Igreja ainda estava inclinado a ambição egoísta e ao dinheiro como aponta Pedro: 

Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro? [...] “pois vejo que você está cheio de amargura e preso pelo pecado". (Atos 8:20, 23).

A orientação política segue orientação bíblicas e a direção que Deus dá a nossa consciência. Estude a vida dos candidatos, vejam se são ficha limpa, veja suas pautas, análise com suas convicções, e principalmente, ore e peça direção de Deus. Caso alguém diga que pecamos por seguir a nossa consciência realmente esse alguém precisa do amor de Deus, e de nossa paciência.

Deixamos algumas sugestões sobre esse assunto neste link.



“E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz.” (Jeremias 29:7).

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