sábado, 22 de outubro de 2016

Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 2]

O governo deve excluir a religião?

Iniciamos as postagem falando sobre o envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 2 de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:



Deve-se fazer uma demarcação para as coisas tratadas aqui: a) a hermenêutica é cristocêntrica; b) os exemplos do Antigo Testamento não tem validade de lei obrigatória aos gentil conforme Atos 15 (Concílio de Jerusalém), desta form pode ser consultada como princípios ou orientação optativa; c) temos orientação arminiana em que o crente possui o livre-arbítrio e pode resistir a graça, e Deus na soberania respeita a vontade humana.
Vamos para o primeiro ponto:

Vamos iniciar:

O oposto de impor uma religião é excluir a religião. Ocorre formas de ideias que excluem a religião do governo e da política. Eu na minha conta do Facebook fui marcado em uma postagem por uma pessoa em que um político evangélico tinha sido condenado por irregularidade, contudo houve prescrição do crime. Nesta situação eu conhecia o crime e a vida da pessoa em questão e informei que não foi um caso escondido, em que tinha sido reconhecido pela pessoa em público, e por isso eu tinha confiança na mesma. A resposta que recebi foi: "Não se mistura religião com política."

Nesta situação pude perceber duas coisas: 1. Existe um sentimento de aversão a pessoas que publicamente admitem sua fé, como se fossem inferiores a aqueles que não admitem, ou omitem sua fé; 2. Ocorre uma ignorância sobre o papel da fé reformada sobre o desenvolvimento da Ciências e do pensamento político contemporâneo, em que cristão colaboraram ao desenvolvimento do sistema atual de democracia.

Naquela ocasião respondi:
"Acho que falta esclarecimento!

1. Pensamentos ou princípios religiosos fundam o pensamento político e científico ocidental;
2. A Ciência só se desenvolveu por se acreditar que existe uma mente racional, logo o ser humano pode descobrir as leis naturais, proposições do Doutor da Igreja Thomas de Aquino, e depois de [Copérnico], Galileu, Kepler, Isaac Newton (Cristãos), [Descarte, Boyle, Faraday, Mendel, Kelvin, Planck], Einstein e outros deístas, etc.

3. A influência da ideia cristã da igualdades dos seres humanos diante da Bíblia e de Deus, apoiou a separação de poderes em executivo, legislativo e judiciário, e a criação da constituição na Europa [exemplo foi a Holanda] e EUA;

4. A separação entre Estado e Governo foi fundada na reforma protestante e defendida até hoje.

O que não se deve confundi: a) que a igreja deva invadir o Estado, este tem o poder de dirigir e proteger direitos das esferas das instituições; b) se o pensamento cristão desenvolveu tanto a sociedade, não deve o banir dos ambientes seculares, isso seria preconceituosos e inconstitucional, o que se prevê de separação é a não confluência de religião e Estado, mas seus signos, conceitos fazem parte do nosso mundo e são indissociáveis na cosmovisão empírica."

Entendi que muitos possuem em mente a história desenvolvido pelo passado cristão no mal emprego dos conceitos bíblicos, em especial na Idade Média, em que papas e muitos religiosos desenvolveram mal o papel político causando destruição e uma mancha na história ocidental.

Contudo, a história do Cristianismo não se resume aos problemas ligados a Idade Média e outras coisas, o Cristianismo possui mais dois mil anos, e contribuiu e desenvolveu a cultural ocidental, e não a destruiu ou claudicou (pelo contrário, as maiores riquezas ocidentais tem influência cristã). Em especial, depois da Reforma Protestante, muitos cristão trabalharam duro para que esses erros não se repetissem, isso tudo apoiados na sua fé.

Mas deve-se entender que a natureza humana é caída e egoísta. Muitos ontem e hoje buscam usar a religião para dominar sobre a mente de outras pessoas. Então precisamos do emprego e desenvolvimento de uma cosmovisão cristã para defender de ataques como tais, e nos posicionar como cristão no meio secular e político para ser sal e luz do mundo.

Contudo, atualmente há por muitos secularistas a mentalidade que se o Estado é laico, toda sua estrutura não deve permitir signos, imagem e ou menção religiosa alguma. Por exemplo, a União Americana das Liberdades Civis (ACLU, em inglês), defende que a crença religiosa deve ser mantida em casa em silêncio, ou seja, grupos religiosos não devem ter influência no processo político (Grudem, 2014).


Há movimentos de retirada de símbolos cristãos de órgãos públicos historicamente conhecidos, como crucifixos, placas com Dez Mandamentos, ou menção a santos católicos, ou em documento públicos, como as cédulas de dinheiro (Grudem, 2016; Russar, 2012).


Há até pessoas que estimulam a proibição da manifestação em escolas e formaturas a oração, estudo bíblico e menção de fé por oradores de discussão em colação de grau. Perce-se claramente a condução da exclusão da religião da vida pública. Devemos nos manisfestar, vamos trabalhar com as realidades de: ideia de transformar liberdade religiosa em ausência de religião; restrição de forma indevida a liberdade religiosa e a liberdade de expressão; e, a ideia de excluir os ensinamentos de Deus sobre o bem e o mal do governo.

A ideia de transformar liberdade religiosa em ausência de religião

Alguns sustentam que visão de excluir a religião está (erroneamente) da perspectiva da Constituição, na ideia de "liberdade religiosa" de forma distorcida, impondo o sentido de "liberdade de toda influência religiosa". No qual são coisas completamente diferentes.  Em que este último não ocorreu intenção dos legisladores (Grudem, 2014). Aqui no Brasil se utiliza o termo liberdade de consciência, crença e exercício de culto religioso e liturgia (Brasil, 1988, Art. 5º, inciso VI).

Logo, no Brasil a ideia de liberdade religiosa segundo José Afonso da Silva se desmembra em a liberdade de crença (escolha de religião), a liberdade de culto (práticas de ritos, cerimônias, reuniões de acordo com corpo doutrinário, na forma da lei) e a liberdade de organização religiosa (estabelecimento e organizações de igrejas e suas relações com o Estado) (Russar, 2012). No qual, cumpri ao poderes públicos não embaraçar o exercício dos cultos religiosos (Art. 19, I) e protegê-los, impedindo que outros o façam. Tornando isso no Brasil, sobre a liberdade religiosa uma clausula preteá (Fábio Dantas de Oliveira apud Russar, 2012).

É interessante que na Constituição Brasileira há escusa de consciência por motivo religioso (Art. 5º, VIII), em que não será desprovido de direitos prevê ações substitutivas, e isso é compatível com o direito de consciência. 

O Estado Laico, quer dizer ausência de um governo que patrocinasse uma religião ou denominação particular. Não indivíduos sem crenças religiosas ou sem liberdade de seguir de consciência seus preceitos na forma da lei. 

Restrição de forma indevida a liberdade religiosa e a liberdade de expressão

Alguns buscam sustentar que a liberdade religiosa não diz respeito ao exercício público quando oram ou falam em eventos públicos. Logo, nesta interpretação visa proibir cristão, judeus e outros o livre exercício da religião.

Essa visão também restringe de forma indevida a liberdade individual de expressão (Grudem, 2016). E também as reuniões públicas, em locais que não sejam necessariedade de culto, como praças e locais abertos, e neste caso, quando impedidos está restringindo o direito de reunião (Russar, 2012).

A critica é que se expressar uma opinião religiosa em pública é obrigar as pessoas a aceitá-la. Não há coisa tão incorreta. Muito pelo contrário, ao opinar, isto não é obrigar as pessoas a aceitá-la. Neste caso, se ocorrer algum impedimento se está trazendo obstaculo ao direito de expressão, ou no Brasil o liberdade de consciência.

A ideia de excluir os ensinamentos de Deus sobre o bem e o mal do governo

Na Bíblia em Romanos 13.4 informa que a autoridade do governo é "serva de Deus para o teu bem", contudo, como pode esta autoridade servir de fato se não tem permissão para dizer o quem creem que Deus espera dela?

Em 1 Pedro 2.14 diz "[..] para punir os praticantes do mal e honrar os que fazem bem". Mas como fazer isso se nenhuma das religiões podem ter porta-vozes para aconselhá-los sobre o que é BOM ou MAU?

Devemos leva em consideração que no caso de haver não haver Deus, o absoluto, não há padrões morais para bem ou mal, assim ao rejeitar padrões morais absolutos que procedem de Deus, essa visão levara a degeneração moral da sociedade (Grudem, 2016).

Veja isso pela violência, quando não há consciência moral, a violência não diminui, pelo contrário, só aumenta, e desta forma é urgente que os profetas se levantem as vozes pela causa do pobre, da viuvá, do necessitado, do pecado e da corrupção!

Bibliografia

Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

Grudem, W. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São Paulo: Nova Vida, 2014.

Russar, A. Brasil: A Laicidade e a Liberdade Religiosa desde a Constituição da República Federativa de 1988. 2012. Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/brasil-laicidade-e-liberdade-religiosa-desde-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-rep%C3%BAblica-federativa-de-1988>. Acessado em 20 out. 2016.

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