sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 3]

O crente não se envolve com o governo: Pois é perverso e demoníaco! Ou dedica-se somente a evangelização, e não a política!


Iniciamos postagens sobre temas ligado a cidadania terrena do crente, entendendo que deve se dá a César o que é de César (obrigações civis) e a Deus o que é de Deus (compromisso religioso).

O envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 3 de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:
Nossa discussão será sobre:



Já percebeu como ocorre na internet postagem demonizando os governos e governantes! Coisas como o Político Fulana é satanista! Ou é Maçom (como se este fosse satanista), Ou fez pacto com o demônio. Ou simplesmente, diz, todo político é "desgraçado, não presta, raça corrupta, todos devem sofrer/morrer"! Um discurso de ódio bem claro.



Já vi coisas como "Devemos jogar uma bomba em Brasília!" ou "Deve-se tratar mal quem nos trata mal" (supostamente uma personalidade política pertencente a um partido político que no momento é vinculado a corrupção). Ou, não me envolvo com política, pois é tudo ladrão. 

Eventos recentes tem contribuído para descrença na política e nos políticos, tais como Corrupção da Petrobras, Petrolão, Mensalão e outros "ão".



O que está por trás de um pensamento tão negativo e repulsivo sobre a Política? 

Podemos abordar algumas coisas do nosso contexto histórico:
  • O Brasil foi colonia de exploração, logo a referência das autoridades sob a liderança da metrópole portuguesa foi de exploração, roubo e sofrimento imposto;
  • Após a independência, no Brasil império, muitos desses vícios estavam presentes, e não ocorriam a participação da população, em que na época a maior parte da população era rural, analfabeta e de predominância nas atividades econômicas baseada na escravidão e outras formas senhorios imposto;
  • Na república, ainda tivemos formas aristocráticas de governo (governo oligárquico, ou de pequenos grupos econômicos), como ranço do império;
  • O desenvolvimento histórico de um povo dominado, sem o desenvolvimento cultural a partir do letramento e da participação social política, e me parece que influenciou para um afastamento e incapacitação da massa na vida política;
  • A partir do século XX, em especial, depois de Getúlio Vargas, com o voto masculino, e depois o feminino, a progressiva oportunidade de educação pública e avanços de conquistas sociais o povo se viu incluído na vida pública, em um contexto de convergência internacional (contudo, numa relação paternalista do governo, mediado pela ditadura de Getúlio);
  • Temos depois golpes, e deposições de governantes, em que somente cinco presidentes de vinte e cinco finalizam seus mandatos, sendo que a última (Ex-Presidenta Dilma) passou pelo impeachment.
  • Logo, nossa cultura política está em construção e desenvolvimento, pois não tivemos nem cinquenta anos da redemocratização desde o golpe civilmilitar de 60.
Em especial, na igreja, nós os pentecostais assembleianos, crescemos historicamente desde 1900 entre a camada mais humilde de brasileiros, no qual sempre foi segregado da participação política pelo limite da educação, poucas posses e das posições sociais que não propiciavam a inclusão da voz nas disputas políticas (Souza, 2005). Então, nos apegamos na oração, santificação e poder de Deus! E muitas das vezes independentes de ajuda ou atenção políticas superamos as adversidades.



Contudo, hoje a os crentes (evangélicos) devem participar da vida política por muitas já declaradas nas postagens anteriores, mas também somos mais 22% da população brasileira, e que podemos ter voz sobre os temas que temos atenção para serem representados nas câmaras municipais, assembleias legislativas estaduais e no congresso nacional. Tanto nos poderes executivo, legislativo e judiciário, assim fazer valer os seus direitos e deveres, para melhorar sua educação, participação e representação para seus valores e bandeiras bíblicas a serem defendidas.

Não há mais razões para manter um ostracismos autoimposto na vida pública, somos sal e luz. Então, vamos aos argumentos:


1. Ideia equivocada: Todo governo é perverso e demoníaco


Alguns fundamental tal opinião em Lucas 4.6:

E lhe disse: Eu te darei toda a autoridade sobre eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso dá-los a quem eu quiser.

O sofisma é que todo governo é dirigido por demônio e por Satanás.Tal base na sua própria afirmação na tentação de Jesus, no início do seu ministério, em que uma das tentações ele promete os reinos do mundo se Jesus o adorasse.

Um livro que utiliza essa argumentação e influenciou muitos americanos foi The myth of a Christian nation (O mito da nação cristã) de Greg Boyd (Grudem, 2014). Em que Boyd diz que todo governo é demoníaco, o diabo usa os governantes (seus servos), e na prática Satanás é o presidente em exercício de todos os governos da terra.

Grudem armenta os equívocos dessas argumentações:  
  1. Satanás é o pai da mentira, não se deve acreditar no que ele fala (Jo 8.44);
  2. Jesus na tentação não estava preocupado em refutar a cada palavra de Satanás, mas de resistir, e usou a Palavra de Deus para isso: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele cultuarás (Lc 4.8);
  3. O Senhor domina sobre todos governos, e somente Ele estabelece e retira: [...] o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre eles (Dn 4.17);
  4. O Senhor constitui a autoridade para cuidar dos que fazem bem e punir os que fazem mal: Romanos 13:1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.
    2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.
    3 Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.
    4 Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal.
    5 Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.
    6 É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho.
  5. O Senhor ordena honrar e pagar o que é devido: 1 Pe 2.14.
Como com tantos versos de ensinamento para apoiar que Deus domina, escolhe e executa Sua vontade por meio de homens presidindo governos! Será que vamos dá mais crédito a Satanás (pai da mentira)?

2. Outra ideia equivocada: Dedique-se à evangelização e não à política


Há quem defenda que o chamado do salvo é somente pregar o evangelho, pois foi á única forma de influenciar, pois se é chamado para mudar corações, e não a sociedade. Logo, dedique a evangelização e não a política. Pois, neste raciocínio, a igreja só prega o evangelho e não fala sobre a política (Grudem, 2016).

Sobre está forma de pensamento, podemos perceber é simplista e superficial em relação a grande comissão de Jesus (Mc 16.15).

Podemos destacar os seguintes argumentos: a) o crente é chamado para as boas obras; b) a boa influência no governo é uma forma de amar o próximo; c) prática o que Deus ordena O glorifica; d) governos bons e ruins fazem diferença no labor de ganhar vidas; e) historicamente, muitos cristãos influenciaram positivamente governos.

a) o crente é chamado para as boas obras

A Bíblia revela que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.20). Assim, ninguém por mérito próprio é salvo diante de Deus. Por isso somos salvo pela graça, observe:

Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2:8,9

Logo após acrescenta (v. 10):

Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos.

Efetivamente a Bíblia nos direciona as boas obras, e não só a pregação: I. Bem a todos, em especial a família da fé (Gl 6.10); II. Resplandeça vossa luz [...] vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, no céu (Mt 5.16).

As boas obras são realizado especialmente na visão pública em ações sociais, logo se articula com atividades políticas (partidária ou não partidária) com a motivação de glorificarem ao Pai, no céu. Por exemplo, ações em presídios, hospitais, escolas, sem-tetos, empresas, bairros, favelas, e em várias áreas necessitadas.

 b) a boa influência no governo é uma forma de amar o próximo

Jesus diz em Mt 22.39 "amaras ao teu próximo como a ti mesmo". Implica em dá condições materiais, legais e sociais para se viva com o mais próximo da desigualdade e com boas leis. Tais como a Bíblia ensinar em proteger o órfão, a viuvá, o necessitado, o estrangeiro. O não estimulo das condições de prostituição e pornografia infanto-juvenil, o trabalho escravo ou análogo, o respeito e o ensino moral com decência. Em outras palavras, empenha-se para ter um bom governo e uma boa legislação.

c) prática o que Deus ordena O glorifica

Alguns alegam que levar a convicção bíblica ao governo não trará bem espiritual algum. Contudo, em 1 Jo 5.3 diz "Por que o amor de Deus está nisso: em guardar os seus mandamento". Logo, isso é expressar amor ao governo e suas ações. Lembrar que quando a lei é boa, as pessoas confiam: "[As outras nações] ouvirão todas estes estatutos e dirão: Esta grande nação é realmente um povo sábio e inteligente" (Dt 4.6).

d) governos bons e ruins fazem diferença no labor de ganhar vidas

Os governos podem respeitar o principio de liberdade religiosa nos direitos humanos, ou não. Em especial isso é observável a diferença que faz no caso da Coreá.

A Coreá possui a mesma língua, passado cultural e familiar. Mas foi separada por regimes políticos diferentes. Ao norte é comunista, ateia e proíbe a pregação do evangelho. Ao sul é democrático liberal, laico com liberdade religiosa. A sul possui a maior Igreja Assembleia de Deus do mundo, somando milhares de pessoas nas células e nos cultos por dia. E no norte sem liberdade, a igreja escondida nos lares e no subterrâneo se reúne, morrem e são presos pelo evangelho.

Conhecer e participar politicamente é relevante para manutenção e conservação de direitos dos praticantes religiosos, como liberdade ao culto, a convicção e consciência, de expressar ideias e opiniões livremente.

Percebe-se que ideologia de esquerda de origem marxista, com argumentos de igualdade, entram em países evangelizados (cristãos e/ou islâmicos) e se instalam e depois destroem a base de valores e cultura com distorções legais e sociais, muitos levantam regimes totalitários. Esses não se instalam por exemplos na interiorização da Índia e países de religião e filosofia de deidade impessoal, não prosperam (Koyzis, 2014).

e) historicamente, muitos cristãos influenciaram positivamente governos

Cristãos engajados nos governos de seus países trouxeram benéficos e avanços para o seu povo (Alvin Schmidt apud Grudem, 2016): a) a proibição do infanticídio e aborto do império romano (374 d.C.); b) fim dos combates com gladiadores até a morte nas arenas romanas (404); c) direito a propriedade e proteção as mulheres; d) banimento da poligamia; e) a proibição de queimar viúvas vivas na Índia (1829); f) proibição da deformação dos pés de jovens mulheres na China (1912); persuasão para criação do sistema escolar público na Alemanha (Século XVI) e ensino obrigatório na Europa; e entre tantos outros exemplos de influência positiva.

Na contemporaneidade pode-se lembra pela direitos civis de igualdade entre negros e brancos nos EUA pelo pastor batista Martin Luther King Jr. Com preço de desobediência civil e depois com sua vida defendeu a liberdade como dom de Deus para todo ser humano, e o pecado da discriminalização racial, e conseguiu.



Como podemos só evangelizar e não ter impacto de mudança de vidas, atitudes e por fim do pecado do povo e da sociedade? Se não envolver será um evangelho insipido, sem força e poder para salvar.

Por fim, há o último argumento que diz respeito sobre o fim dos tempos, logo haverá perseguição? Jesus não está voltando, logo? Por que gastar energia e tempo para salvar o máximo possível?

Primeiramente, a passagem da grande tribulação e do anticristo (Mt 24 e 2 Tm 3) fala de uma realidade espiritual temporal sem data (ninguém sabe a hora, Mt 24.36). Sabemos que Cristo está voltando, mas enquanto volta, nós trabalhamos servindo  com boas obras (Ef 2.10), fazendo todo o propósito de Deus (At 20.27), amando o próximo como a nós mesmo (Mt 22.39). Logo, devemos influenciar o máximo possível para ter e dá boas condições ao nosso próximo.

Por segundo, se não houvesse avançados e buscado influenciar e sermos sal e luz do mundo as conquistas sociais supramencionadas teriam sido alcançadas? Pessoas teriam sido salvas somente com palavras e reuniões? Como diz Tiago, não amemos só por palavras mais de fato!

Por terceiro, não se gasta energia impropriamente, pois sem lideranças políticas que apoiem o evangelho, a elaboração de boas leis e o bom caráter e o trato correto na coisa pública, estaríamos vivendo numa sociedade totalmente corrupta nos compromissos e numa crise de confiança, talvez em guerras. Lembre que a Igreja tem diversidades de dons (1 Co 12.4), e esses dons são para manter o corpo de Cristo (v.12), e para isso a saúde, a educação, a segurança e o bem-estar da cidade, da nação são essenciais. Entendo que os ensinamento bíblicos são aplicáveis a sociedade atual! Não só na vida privada, mas numa cosmovisão que leva ao público o evangelho vivo, como um leão com força, quando vivido em sinceridade e santidade.

Bibliografia

Koyzis, D. T. Visões & ilusões políticas: uma análise e crítica cristã das ideologias contemporâneas. São Paulo: Vida Nova, 2014.

Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

Grudem, W. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São Paulo: Nova Vida, 2014.

Souza, B. A. História da Igreja-Mãe das Assembleias de Deus no Brasil. Belém: Edição Comemorativa, 2005.

Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 3]

O crente não se envolve com o governo: 

Pois é perverso e demoníaco! Ou dedica-se somente a evangelização, e não a política!

Iniciamos postagens sobre temas ligado a cidadania terrena do crente, entendendo que deve se dá a César o que é de César (obrigações civis) e a Deus o que é de Deus (compromisso religioso).

O envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 3 de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:
Nossa discussão será sobre:



Já percebeu como ocorre na internet postagem demonizando os governos e governantes! Coisas como o Político Fulana é satanista! Ou é Maçom (como se este fosse satanista), Ou fez pacto com o demônio. Ou simplesmente, diz, todo político é "desgraçado, não presta, raça corrupta, todos devem sofrer/morrer"! Um discurso de ódio bem claro.



Já vi coisas como "Devemos jogar uma bomba em Brasília!" ou "Deve-se tratar mal quem nos trata mal" (supostamente uma personalidade política pertencente a um partido político que no momento é vinculado a corrupção). Ou, não me envolvo com política, pois é tudo ladrão. 

Eventos recentes tem contribuído para descrença na política e nos políticos, tais como Corrupção da Petrobras, Petrolão, Mensalão e outros "ão".



O que está por trás de um pensamento tão negativo e repulsivo sobre a Política? 

Podemos abordar algumas coisas do nosso contexto histórico:
  • O Brasil foi colonia de exploração, logo a referência das autoridades sob a liderança da metrópole portuguesa foi de exploração, roubo e sofrimento imposto;
  • Após a independência, no Brasil império, muitos desses vícios estavam presentes, e não ocorriam a participação da população, em que na época a maior parte da população era rural, analfabeta e de predominância nas atividades econômicas baseada na escravidão e outras formas senhorios imposto;
  • Na república, ainda tivemos formas aristocráticas de governo (governo oligárquico, ou de pequenos grupos econômicos), como ranço do império;
  • O desenvolvimento histórico de um povo dominado, sem o desenvolvimento cultural a partir do letramento e da participação social política, e me parece que influenciou para um afastamento e incapacitação da massa na vida política;
  • A partir do século XX, em especial, depois de Getúlio Vargas, com o voto masculino, e depois o feminino, a progressiva oportunidade de educação pública e avanços de conquistas sociais o povo se viu incluído na vida pública, em um contexto de convergência internacional (contudo, numa relação paternalista do governo, mediado pela ditadura de Getúlio);
  • Temos depois golpes, e deposições de governantes, em que somente cinco presidentes de vinte e cinco finalizam seus mandatos, sendo que a última (Ex-Presidenta Dilma) passou pelo impeachment.
  • Logo, nossa cultura política está em construção e desenvolvimento, pois não tivemos nem cinquenta anos da redemocratização desde o golpe civilmilitar de 60.
Em especial, na igreja, nós os pentecostais assembleianos, crescemos historicamente desde 1900 entre a camada mais humilde de brasileiros, no qual sempre foi segregado da participação política pelo limite da educação, poucas posses e das posições sociais que não propiciavam a inclusão da voz nas disputas políticas (Souza, 2005). Então, nos apegamos na oração, santificação e poder de Deus! E muitas das vezes independentes de ajuda ou atenção políticas superamos as adversidades.



Contudo, hoje a os crentes (evangélicos) devem participar da vida política por muitas já declaradas nas postagens anteriores, mas também somos mais 22% da população brasileira, e que podemos ter voz sobre os temas que temos atenção para serem representados nas câmaras municipais, assembleias legislativas estaduais e no congresso nacional. Tanto nos poderes executivo, legislativo e judiciário, assim fazer valer os seus direitos e deveres, para melhorar sua educação, participação e representação para seus valores e bandeiras bíblicas a serem defendidas.

Não há mais razões para manter um ostracismos autoimposto na vida pública, somos sal e luz. Então, vamos aos argumentos:


1. Ideia equivocada: Todo governo é perverso e demoníaco


Alguns fundamental tal opinião em Lucas 4.6:

E lhe disse: Eu te darei toda a autoridade sobre eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso dá-los a quem eu quiser.

O sofisma é que todo governo é dirigido por demônio e por Satanás.Tal base na sua própria afirmação na tentação de Jesus, no início do seu ministério, em que uma das tentações ele promete os reinos do mundo se Jesus o adorasse.

Um livro que utiliza essa argumentação e influenciou muitos americanos foi The myth of a Christian nation (O mito da nação cristã) de Greg Boyd (Grudem, 2014). Em que Boyd diz que todo governo é demoníaco, o diabo usa os governantes (seus servos), e na prática Satanás é o presidente em exercício de todos os governos da terra.

Grudem armenta os equívocos dessas argumentações:  
  1. Satanás é o pai da mentira, não se deve acreditar no que ele fala (Jo 8.44);
  2. Jesus na tentação não estava preocupado em refutar a cada palavra de Satanás, mas de resistir, e usou a Palavra de Deus para isso: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele cultuarás (Lc 4.8);
  3. O Senhor domina sobre todos governos, e somente Ele estabelece e retira: [...] o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre eles (Dn 4.17);
  4. O Senhor constitui a autoridade para cuidar dos que fazem bem e punir os que fazem mal: Romanos 13:1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.
    2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.
    3 Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.
    4 Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal.
    5 Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.
    6 É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho.
  5. O Senhor ordena honrar e pagar o que é devido: 1 Pe 2.14.
Como com tantos versos de ensinamento para apoiar que Deus domina, escolhe e executa Sua vontade por meio de homens presidindo governos! Será que vamos dá mais crédito a Satanás (pai da mentira)?

2. Outra ideia equivocada: Dedique-se à evangelização e não à política


Há quem defenda que o chamado do salvo é somente pregar o evangelho, pois foi á única forma de influenciar, pois se é chamado para mudar corações, e não a sociedade. Logo, dedique a evangelização e não a política. Pois, neste raciocínio, a igreja só prega o evangelho e não fala sobre a política (Grudem, 2016).

Sobre está forma de pensamento, podemos perceber é simplista e superficial em relação a grande comissão de Jesus (Mc 16.15).

Podemos destacar os seguintes argumentos: a) o crente é chamado para as boas obras; b) a boa influência no governo é uma forma de amar o próximo; c) prática o que Deus ordena O glorifica; d) governos bons e ruins fazem diferença no labor de ganhar vidas; e) historicamente, muitos cristãos influenciaram positivamente governos.

a) o crente é chamado para as boas obras

A Bíblia revela que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.20). Assim, ninguém por mérito próprio é salvo diante de Deus. Por isso somos salvo pela graça, observe:

Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2:8,9

Logo após acrescenta (v. 10):

Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos.

Efetivamente a Bíblia nos direciona as boas obras, e não só a pregação: I. Bem a todos, em especial a família da fé (Gl 6.10); II. Resplandeça vossa luz [...] vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, no céu (Mt 5.16).

As boas obras são realizado especialmente na visão pública em ações sociais, logo se articula com atividades políticas (partidária ou não partidária) com a motivação de glorificarem ao Pai, no céu. Por exemplo, ações em presídios, hospitais, escolas, sem-tetos, empresas, bairros, favelas, e em várias áreas necessitadas.

 b) a boa influência no governo é uma forma de amar o próximo

Jesus diz em Mt 22.39 "amaras ao teu próximo como a ti mesmo". Implica em dá condições materiais, legais e sociais para se viva com o mais próximo da desigualdade e com boas leis. Tais como a Bíblia ensinar em proteger o órfão, a viuvá, o necessitado, o estrangeiro. O não estimulo das condições de prostituição e pornografia infanto-juvenil, o trabalho escravo ou análogo, o respeito e o ensino moral com decência. Em outras palavras, empenha-se para ter um bom governo e uma boa legislação.

c) prática o que Deus ordena O glorifica

Alguns alegam que levar a convicção bíblica ao governo não trará bem espiritual algum. Contudo, em 1 Jo 5.3 diz "Por que o amor de Deus está nisso: em guardar os seus mandamento". Logo, isso é expressar amor ao governo e suas ações. Lembrar que quando a lei é boa, as pessoas confiam: "[As outras nações] ouvirão todas estes estatutos e dirão: Esta grande nação é realmente um povo sábio e inteligente" (Dt 4.6).

d) governos bons e ruins fazem diferença no labor de ganhar vidas

Os governos podem respeitar o principio de liberdade religiosa nos direitos humanos, ou não. Em especial isso é observável a diferença que faz no caso da Coreá.

A Coreá possui a mesma língua, passado cultural e familiar. Mas foi separada por regimes políticos diferentes. Ao norte é comunista, ateia e proíbe a pregação do evangelho. Ao sul é democrático liberal, laico com liberdade religiosa. A sul possui a maior Igreja Assembleia de Deus do mundo, somando milhares de pessoas nas células e nos cultos por dia. E no norte sem liberdade, a igreja escondida nos lares e no subterrâneo se reúne, morrem e são presos pelo evangelho.

Conhecer e participar politicamente é relevante para manutenção e conservação de direitos dos praticantes religiosos, como liberdade ao culto, a convicção e consciência, de expressar ideias e opiniões livremente.

Percebe-se que ideologia de esquerda de origem marxista, com argumentos de igualdade, entram em países evangelizados (cristãos e/ou islâmicos) e se instalam e depois destroem a base de valores e cultura com distorções legais e sociais, muitos levantam regimes totalitários. Esses não se instalam por exemplos na interiorização da Índia e países de religião e filosofia de deidade impessoal, não prosperam (Koyzis, 2014).

e) historicamente, muitos cristãos influenciaram positivamente governos

Cristãos engajados nos governos de seus países trouxeram benéficos e avanços para o seu povo (Alvin Schmidt apud Grudem, 2016): a) a proibição do infanticídio e aborto do império romano (374 d.C.); b) fim dos combates com gladiadores até a morte nas arenas romanas (404); c) direito a propriedade e proteção as mulheres; d) banimento da poligamia; e) a proibição de queimar viúvas vivas na Índia (1829); f) proibição da deformação dos pés de jovens mulheres na China (1912); persuasão para criação do sistema escolar público na Alemanha (Século XVI) e ensino obrigatório na Europa; e entre tantos outros exemplos de influência positiva.

Na contemporaneidade pode-se lembra pela direitos civis de igualdade entre negros e brancos nos EUA pelo pastor batista Martin Luther King Jr. Com preço de desobediência civil e depois com sua vida defendeu a liberdade como dom de Deus para todo ser humano, e o pecado da discriminalização racial, e conseguiu.



Como podemos só evangelizar e não ter impacto de mudança de vidas, atitudes e por fim do pecado do povo e da sociedade? Se não envolver será um evangelho insipido, sem força e poder para salvar.

Por fim, há o último argumento que diz respeito sobre o fim dos tempos, logo haverá perseguição? Jesus não está voltando, logo? Por que gastar energia e tempo para salvar o máximo possível?

Primeiramente, a passagem da grande tribulação e do anticristo (Mt 24 e 2 Tm 3) fala de uma realidade espiritual temporal sem data (ninguém sabe a hora, Mt 24.36). Sabemos que Cristo está voltando, mas enquanto volta, nós trabalhamos servindo  com boas obras (Ef 2.10), fazendo todo o propósito de Deus (At 20.27), amando o próximo como a nós mesmo (Mt 22.39). Logo, devemos influenciar o máximo possível para ter e dá boas condições ao nosso próximo.

Por segundo, se não houvesse avançados e buscado influenciar e sermos sal e luz do mundo as conquistas sociais supramencionadas teriam sido alcançadas? Pessoas teriam sido salvas somente com palavras e reuniões? Como diz Tiago, não amemos só por palavras mais de fato!

Por terceiro, não se gasta energia impropriamente, pois sem lideranças políticas que apoiem o evangelho, a elaboração de boas leis e o bom caráter e o trato correto na coisa pública, estaríamos vivendo numa sociedade totalmente corrupta nos compromissos e numa crise de confiança, talvez em guerras. Lembre que a Igreja tem diversidades de dons (1 Co 12.4), e esses dons são para manter o corpo de Cristo (v.12), e para isso a saúde, a educação, a segurança e o bem-estar da cidade, da nação são essenciais. Entendo que os ensinamento bíblicos são aplicáveis a sociedade atual! Não só na vida privada, mas numa cosmovisão que leva ao público o evangelho vivo, como um leão com força, quando vivido em sinceridade e santidade.

Bibliografia

Koyzis, D. T. Visões & ilusões políticas: uma análise e crítica cristã das ideologias contemporâneas. São Paulo: Vida Nova, 2014.

Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

Grudem, W. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São Paulo: Nova Vida, 2014.

sábado, 22 de outubro de 2016

Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 2]

O governo deve excluir a religião?

Iniciamos as postagem falando sobre o envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 2 de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:



Deve-se fazer uma demarcação para as coisas tratadas aqui: a) a hermenêutica é cristocêntrica; b) os exemplos do Antigo Testamento não tem validade de lei obrigatória aos gentil conforme Atos 15 (Concílio de Jerusalém), desta form pode ser consultada como princípios ou orientação optativa; c) temos orientação arminiana em que o crente possui o livre-arbítrio e pode resistir a graça, e Deus na soberania respeita a vontade humana.
Vamos para o primeiro ponto:

Vamos iniciar:

O oposto de impor uma religião é excluir a religião. Ocorre formas de ideias que excluem a religião do governo e da política. Eu na minha conta do Facebook fui marcado em uma postagem por uma pessoa em que um político evangélico tinha sido condenado por irregularidade, contudo houve prescrição do crime. Nesta situação eu conhecia o crime e a vida da pessoa em questão e informei que não foi um caso escondido, em que tinha sido reconhecido pela pessoa em público, e por isso eu tinha confiança na mesma. A resposta que recebi foi: "Não se mistura religião com política."

Nesta situação pude perceber duas coisas: 1. Existe um sentimento de aversão a pessoas que publicamente admitem sua fé, como se fossem inferiores a aqueles que não admitem, ou omitem sua fé; 2. Ocorre uma ignorância sobre o papel da fé reformada sobre o desenvolvimento da Ciências e do pensamento político contemporâneo, em que cristão colaboraram ao desenvolvimento do sistema atual de democracia.

Naquela ocasião respondi:
"Acho que falta esclarecimento!

1. Pensamentos ou princípios religiosos fundam o pensamento político e científico ocidental;
2. A Ciência só se desenvolveu por se acreditar que existe uma mente racional, logo o ser humano pode descobrir as leis naturais, proposições do Doutor da Igreja Thomas de Aquino, e depois de [Copérnico], Galileu, Kepler, Isaac Newton (Cristãos), [Descarte, Boyle, Faraday, Mendel, Kelvin, Planck], Einstein e outros deístas, etc.

3. A influência da ideia cristã da igualdades dos seres humanos diante da Bíblia e de Deus, apoiou a separação de poderes em executivo, legislativo e judiciário, e a criação da constituição na Europa [exemplo foi a Holanda] e EUA;

4. A separação entre Estado e Governo foi fundada na reforma protestante e defendida até hoje.

O que não se deve confundi: a) que a igreja deva invadir o Estado, este tem o poder de dirigir e proteger direitos das esferas das instituições; b) se o pensamento cristão desenvolveu tanto a sociedade, não deve o banir dos ambientes seculares, isso seria preconceituosos e inconstitucional, o que se prevê de separação é a não confluência de religião e Estado, mas seus signos, conceitos fazem parte do nosso mundo e são indissociáveis na cosmovisão empírica."

Entendi que muitos possuem em mente a história desenvolvido pelo passado cristão no mal emprego dos conceitos bíblicos, em especial na Idade Média, em que papas e muitos religiosos desenvolveram mal o papel político causando destruição e uma mancha na história ocidental.

Contudo, a história do Cristianismo não se resume aos problemas ligados a Idade Média e outras coisas, o Cristianismo possui mais dois mil anos, e contribuiu e desenvolveu a cultural ocidental, e não a destruiu ou claudicou (pelo contrário, as maiores riquezas ocidentais tem influência cristã). Em especial, depois da Reforma Protestante, muitos cristão trabalharam duro para que esses erros não se repetissem, isso tudo apoiados na sua fé.

Mas deve-se entender que a natureza humana é caída e egoísta. Muitos ontem e hoje buscam usar a religião para dominar sobre a mente de outras pessoas. Então precisamos do emprego e desenvolvimento de uma cosmovisão cristã para defender de ataques como tais, e nos posicionar como cristão no meio secular e político para ser sal e luz do mundo.

Contudo, atualmente há por muitos secularistas a mentalidade que se o Estado é laico, toda sua estrutura não deve permitir signos, imagem e ou menção religiosa alguma. Por exemplo, a União Americana das Liberdades Civis (ACLU, em inglês), defende que a crença religiosa deve ser mantida em casa em silêncio, ou seja, grupos religiosos não devem ter influência no processo político (Grudem, 2014).


Há movimentos de retirada de símbolos cristãos de órgãos públicos historicamente conhecidos, como crucifixos, placas com Dez Mandamentos, ou menção a santos católicos, ou em documento públicos, como as cédulas de dinheiro (Grudem, 2016; Russar, 2012).


Há até pessoas que estimulam a proibição da manifestação em escolas e formaturas a oração, estudo bíblico e menção de fé por oradores de discussão em colação de grau. Perce-se claramente a condução da exclusão da religião da vida pública. Devemos nos manisfestar, vamos trabalhar com as realidades de: ideia de transformar liberdade religiosa em ausência de religião; restrição de forma indevida a liberdade religiosa e a liberdade de expressão; e, a ideia de excluir os ensinamentos de Deus sobre o bem e o mal do governo.

A ideia de transformar liberdade religiosa em ausência de religião

Alguns sustentam que visão de excluir a religião está (erroneamente) da perspectiva da Constituição, na ideia de "liberdade religiosa" de forma distorcida, impondo o sentido de "liberdade de toda influência religiosa". No qual são coisas completamente diferentes.  Em que este último não ocorreu intenção dos legisladores (Grudem, 2014). Aqui no Brasil se utiliza o termo liberdade de consciência, crença e exercício de culto religioso e liturgia (Brasil, 1988, Art. 5º, inciso VI).

Logo, no Brasil a ideia de liberdade religiosa segundo José Afonso da Silva se desmembra em a liberdade de crença (escolha de religião), a liberdade de culto (práticas de ritos, cerimônias, reuniões de acordo com corpo doutrinário, na forma da lei) e a liberdade de organização religiosa (estabelecimento e organizações de igrejas e suas relações com o Estado) (Russar, 2012). No qual, cumpri ao poderes públicos não embaraçar o exercício dos cultos religiosos (Art. 19, I) e protegê-los, impedindo que outros o façam. Tornando isso no Brasil, sobre a liberdade religiosa uma clausula preteá (Fábio Dantas de Oliveira apud Russar, 2012).

É interessante que na Constituição Brasileira há escusa de consciência por motivo religioso (Art. 5º, VIII), em que não será desprovido de direitos prevê ações substitutivas, e isso é compatível com o direito de consciência. 

O Estado Laico, quer dizer ausência de um governo que patrocinasse uma religião ou denominação particular. Não indivíduos sem crenças religiosas ou sem liberdade de seguir de consciência seus preceitos na forma da lei. 

Restrição de forma indevida a liberdade religiosa e a liberdade de expressão

Alguns buscam sustentar que a liberdade religiosa não diz respeito ao exercício público quando oram ou falam em eventos públicos. Logo, nesta interpretação visa proibir cristão, judeus e outros o livre exercício da religião.

Essa visão também restringe de forma indevida a liberdade individual de expressão (Grudem, 2016). E também as reuniões públicas, em locais que não sejam necessariedade de culto, como praças e locais abertos, e neste caso, quando impedidos está restringindo o direito de reunião (Russar, 2012).

A critica é que se expressar uma opinião religiosa em pública é obrigar as pessoas a aceitá-la. Não há coisa tão incorreta. Muito pelo contrário, ao opinar, isto não é obrigar as pessoas a aceitá-la. Neste caso, se ocorrer algum impedimento se está trazendo obstaculo ao direito de expressão, ou no Brasil o liberdade de consciência.

A ideia de excluir os ensinamentos de Deus sobre o bem e o mal do governo

Na Bíblia em Romanos 13.4 informa que a autoridade do governo é "serva de Deus para o teu bem", contudo, como pode esta autoridade servir de fato se não tem permissão para dizer o quem creem que Deus espera dela?

Em 1 Pedro 2.14 diz "[..] para punir os praticantes do mal e honrar os que fazem bem". Mas como fazer isso se nenhuma das religiões podem ter porta-vozes para aconselhá-los sobre o que é BOM ou MAU?

Devemos leva em consideração que no caso de haver não haver Deus, o absoluto, não há padrões morais para bem ou mal, assim ao rejeitar padrões morais absolutos que procedem de Deus, essa visão levara a degeneração moral da sociedade (Grudem, 2016).

Veja isso pela violência, quando não há consciência moral, a violência não diminui, pelo contrário, só aumenta, e desta forma é urgente que os profetas se levantem as vozes pela causa do pobre, da viuvá, do necessitado, do pecado e da corrupção!

Bibliografia

Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

Grudem, W. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São Paulo: Nova Vida, 2014.

Russar, A. Brasil: A Laicidade e a Liberdade Religiosa desde a Constituição da República Federativa de 1988. 2012. Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/brasil-laicidade-e-liberdade-religiosa-desde-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-rep%C3%BAblica-federativa-de-1988>. Acessado em 20 out. 2016.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 1]

O governo deve impor a religião? [Parte 1]

Neste ano eleitoral ocorreu muitas indagações sobre a conduta do assembleiano para com a política, com os políticos, sobre votação, sobre conversar sobre política, e sobre irmãos candidatos presentes no pleito disputando votos.

Esta situação vimos diversos discursos negativos, tais como: religião e política não devem ser misturados ... , quem entra na política se contamina com o pecado ... , no momento quem entra na política virá um ímpio ..., não pode-se falar de política na igreja ..., o crente não serve para essas coisas ..., o reino de Deus não é desta terra, o que o crente não deve gastar energia com o que não é Deus ..., etc.


Há outros discursos positivos também: se o justo não se manisfestar contra as trevas o injusto governará ..., na Bíblia há servos de Deus na política, como José no Egito e Daniel na Babilônia, isso indica que Deus usa crentes na política, devemos escolher alguém do nosso meio para zelar pelas coisas de Deus nas esferas de poder ..., etc.

Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:


Deve-se fazer uma demarcação para as coisas tratadas aqui: a) a hermenêutica é cristocêntrica; b) os exemplos do Antigo Testamento não tem validade de lei obrigatória aos gentil conforme Atos 15 (Concílio de Jerusalém), desta form pode ser consultada como princípios ou orientação optativa; c) temos orientação arminiana em que o crente possui o livre-arbítrio e pode resistir a graça, e Deus na soberania respeita a vontade humana.

Vamos para o primeiro ponto:

O governo deve impor a religião?


Um governo civil de forma equivocada pode impor a apoiar uma determinada religião?

É trágico, mas no passado e presente temos muitos exemplos dessa situação. Tais como: a) Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) entre católicos e protestantes como muitas mortes para ambos os lados; b) Guerras religiosas na Europa nos séculos 16 e 17 entre católicos e protestantes; c) Arabia Saudita impõe o Islamismo as pessoas e proíbe outros cultos e a conversão a outra religião, sentenciando até mesmo com morte, confisco e outras represarias, como ocorre com o avanço do grupo terrorista Estado Islâmico; d) Coreá do Norte com regime comunista de natureza materialista ateia, proíbe a religião e a expressão religiosa. Entre outros exemplo.


Este último exemplo da Coreá, há a Coreá do Sul com regime político e econômico democrático e capitalista, e possui uma das maiores da igreja evangélica do mundo, e vivendo um avivamento que é testemunhado por vários líderes mundiais. Sendo que ambas as "Coreás" possuem a separação a menos de 60 anos de regime político, e possuindo em comum a mesma história, raiz cultural e laços familiares.

Podemos perceber na Bíblia as orientações sobre a não aceitação imposição do governo de uma religião sobre seus cidadãos:

1. É impossível impor a fé autêntica


"A verdadeira crença religiosa não pode ser imposta à força" (2016, p. 16). Jesus argumentava no NT sobre o reino de Deus e fazia "apelos" para uma decisão pessoal para seguir a Jesus como Messias.

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28).

Podemos conhecer pelo testemunho que os pais muitas vezes possuem filhos que não seguem a mesma fé.

Pode-se questionar sobre Dt 13.6-11 que leis do AT obrigava a seguir a mesma religião e condenava de morte. Contudo, essa lei foi para Israel, num sistema político teocrático. Uma chamada que não ocorre no NT, pois pela graça somos salvos e não pelas obras da lei. Estamos numa nova aliança (Hb 8.8-9.28).


2. Jesus fez distinção entre o reino de Deus e o de César


Jesus ensinou a separa o governo civil da experiência religiosas sem que tenha de faltar as obrigações com ambas. Quando experimentado pelos herodianos com a pergunta: É correto pagar tributo a César, ou não?" (Mt 22.17). De forma supreendente ele responde:

"Mostra-me a moeda do tributo. E trouxeram-lhe um denário [...] Então, ele disse: De quem são esta imagem e inscrição? Eles responderam: De César. Então lhes declarou: Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." (Mt 22.20,21)

Jesus afirma duas diferentes esferas de influência, uma relativa ao governo e outra à vida religiosa das pessoas do povo de Deus. Assim, coisas como imposto compete ao governo civil (o de César), e isso significa que a igreja não deve tentar controlá-lo. Portanto, alguns assuntos pertencente a vida religiosa das pessoas (o que é de Deus), implica que o governo não deve exercer controle sobre elas.



Jesus não faz uma teoria política e realiza categorizações, mas uma simples distinção importante para os dias de hoje para a forma de relacionarmos com o governo.

3. Liberdade religiosa é um principio bíblico


Com o princípio de distinção das esferas de influência supramencionada: o que é de César (governo civil) e o que é de Deus (vida religiosa), implica que o Estado não deve impor e obrigar uma religião, pois não lhe compete a isso! A liberdade das esferas leva ao governo propiciar liberdade total de religião, e isso ser o princípio sustentado por cristãos que procuram influenciar o governo.



Assembleiano, desta forma, da nossa parte que cremos no poder de Deus, sua obra expiatória, salvação e missão de evangelismo, entendemos que não podemos querer uma tirania religiosa evangélica, por um lado, e nem o absurdo de força outras pessoas a seguir nossas convicções. A Bíblia diz que "não é por força e nem por violência, mas pelo meu Espírito [...]" (Zc 4.6).


Bibliografia


Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

Grudem, W. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São Paulo: Nova Vida, 2014.



sábado, 8 de outubro de 2016

Considerações sobre o assembleiano e a deveres civis

Nunca como antes precisamos aprender a viver com a realidade de Cristo em nossas vidas. Entendemos que enquanto estamos na Terra temos responsabilidades espirituais e terrenas que são vontade de Deus que tratemos com santidade e responsabilidade.
Vamos fazer algumas considerações sobre o assembleiano e os deveres civis.



Considerações histórica da reforma religiosa e política


Devemos lembrar que desde a institucionalização da Igreja Cristã como religião oficial romana ocorreram desvios bíblicos relatados na história para nossa aprendizagem para não se repetirem.

O primeiro desvio bíblico significativo foi a união do Estado com a Igreja, sendo que a utilização da hermenêutica de que Deus escolheu o imperador romano como governante supremo, contudo, a igreja escolhe ou legitima o imperador. Esse erro chega ao apogeu na idade média com o império dos papas com muitas atrocidade e desvios bíblicos.



No século XIV a reforma religiosa iniciada por Lutero na Alemanha e Calvino nos países baixos defendeu primeiramente o a hermenêutica reforma em que a Bíblia poderia ser interpretada fora da clero católico e papal. Desta forma, operou mudanças relevantes: 
a) a leitura e a interpretação bíblica em língua materna; 
b) a independência do poder Católico Romano; 
c) a institucionalização do culto e da igreja fora do catolicismo romano.




Isso implicou em mudanças políticas e sociais. Tais como: 
a) o incentivo a leitura da Bíblia, e assim a políticas de alfabetização para a população; 
b) nova discussão sobre a organização do Estado crendo na Bíblia em que não se repetisse mais a opressão de forças religiosas e do Estado sobre o povo.

Assim, as primeiras tradições bíblicas reformadas foram alicerçadas. Entre elas, a tradição Arminiana que fundamenta a fé assembleia. Em que possui as seguintes premissas:
  • a eleição (e condenação no dia do julgamento) foi condicionada pela fé racional ou não-fé do homem;
  • a expiação, embora qualitativamente suficiente à todos os homens, só é eficaz ao homem de fé;
  • sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à vontade de Deus;
  • a graça é resistível; e
  • os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da possibilidade de cair da graça.


Desta forma, vamos ressaltar algumas pontos doutrinários arminianos: a depravação é total (toda raça humana); a expiação destina-se a todos (Jesus morreu por todos); a morte de Jesus satisfaz a justiça de Deus (obra é completa); a graça é resistível (a pessoa pode decidir em não ser salva); o homem tem o livre arbítrio para responder ou resistir; a eleição é condicional (a fé para salvar, não há predestinação calvinista); Deus destina os eleitos a um futuro glorioso; a justiça de Cristo é imputada no crente; a segurança eterna é também condicional (a pessoa pode se afastar da salvação).

As implicações históricas são o afastamento da fé católica romana, pensamento com livre arbítrio ou livre pensamento para fazer escolhas, a responsabilidade diante de Deus nas atitudes e ações em todas as esferas da vida, a vida do eleito deve ser de santidade e piedade a um Deus santo e a necessidade de anunciação da Palavra da Salvação.

Considerações bíblicas


Em relação a base arminiana que tem-se buscamos enfatizar sobre o homem possuir o livre arbítrio, e assim a assessão de possuir responsabilidade pelos seus atos, em especial, na sua consciência na operação de suas ações.

A Bíblia informar em Gênesis 3, na queda do homem que o mesmo comeria do suor do seu rosto e a mulher seria sujeita ao homem e teria dores de parto, e ambos morreriam por causa do pecado. Percebe-se algumas implicações instituídas: o trabalho para a construção, a autoridade delegada, a morte pelo pecado (castigo pelo erro), e durante a história do Gênese se desenvolve todo um contexto sobre a relação de Deus e os homens.




Quando questionado Jesus sobre o pagamento de imposto, Jesus reponde: “Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22.21). Deixando clara diferenciação e independência de esferas, o que é obrigação religiosa e espiritual, e obrigação civil e terrena. Não podemos ter responsabilidade diante das coisas espirituais e deixar de lado as coisas terrenas e civis. (Lc 16.10-12).

Em Romanos 13 ensina que toda autoridade é instituída por Deus para o bem e para punir o transgressor. Não deve ser temida, mas respeitada e obedecida, que termos louvor das mesmas.
Em 1 Pedro diz “Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, temam a Deus e honrem o rei”.


Considerações de liberdade e responsabilidade





Portanto, temos algumas premissas para refletir nas nossas atividades civis:
  1. Temos o livre arbítrio, logo temos a liberdade de pensamento, e assim, devemos pensar escrupulosamente e com responsabilidade naquilo que Deus nos direciona;
  2. Somos responsáveis pelas nossas decisões em todo tempo, com consciência, e assim não podemos tomas atitudes sem pensar em como responder diante de Deus pelas nossas ações;
  3. Deus nos ensina a administrar bem as riquezas mundanas e terrenas, e assim é um sinal de fidelidade, e assim também seremos fieis nas coisas espirituais;
  4. Temos obedecer as autoridades e honrá-las e viver em tranquilidade e não ser omissos nas obrigações civis.

Considerações sobre o abuso de autoridades


Nada obstante a isso, devemos lembrar que a fonte de toda autoridade é o Senhor:
Provérbios 8.15 diz “Por mim reinam os reis e os príncipes decretam justiça”.
Daniel 2.47 diz “Não há dúvida de que o seu Deus é o Deus dos deuses, o Senhor dos reis [...]”.
Atos 4.19 diz “Julguem os senhores mesmos se é justo aos olhos de Deus obedecer aos senhores e não a Deus.”

Quando ocorre situações que autoridade induzem ou ordenam coisas de quaisquer natureza que vão contra a direção de Deus, tais como: blasfemar ou negar a Jesus como Senhor e Salvador, não permitir adorar, ou não permitir a expressão do senhorio de Jesus, a desobediência civil é permitida, pois está ferindo a autoridade de Deus na vida do crente.
Por isso, muito cristão foram mortos por imperadores romanos e outros perseguidos.



No geral, vivemos em um país livre, em que não podemos somente viver de forma responsável os direitos do reino do Céus, mas também o da terra. Buscar fazer o pedido do Pai Nosso: “Seja feito aqui na Terra como é nos Céus”! Quem faz isso somos nós por meio de atitudes, ações, responsabilidade e nos posicionando na sociedade em amor e santidade.