sábado, 19 de novembro de 2016

Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 5-Final]

Influência cristã expressiva no governo


Pra que sua influência entre as pessoas desse mundo?

"Não ha nada na existência humana que Cristo não possa dizer: É MEU" (Abraham Kuyper).




Iniciamos postagens sobre temas ligado a cidadania terrena do crente, entendendo que deve se dá a César o que é de César (obrigações civis) e a Deus o que é de Deus (compromisso religioso).

O envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 5 (final) de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:

Nossa discussão será sobre:

Uma ideia melhor que ignorar a política: influência cristã expressiva

Muitos podem achar que suas ações não possuem impacto na vida, na sua família, na sua cidade ou nação. Que seus erros e acertos são somente seus e isto não tem nada com ninguém. Com isso, quero dizer que muitos, inclusive cristão, crentes sinceros, não conseguem enxergar o impacto dos seus pecados, e assim não podem se arrepender e se converter sem o poder do Espírito Santo (metanoia).

Observe essa história: 
Na Holanda, um brasileiro percebe na sua viagem de férias que as pessoas podem comprar leite, sem a fiscalização do cobrador ou caixa, em que somente há um prato para colocar as moedas para pagar o leite. Ele ficou estarrecido, como fazem isso? Disse ele, se alguém não pagar? Como saberá quem roubou?

Ao retorna para casa no Brasil, ele falou para dois amigos, um uruguaio e outro argentino. O primeiro disse: "Se fosse eu, não teria problema de não pagar! Eu levaria também o dinheiro do prato" (em risadas falava, "que trochas!"). O argentino ouvia isso e as risadas do grupo e começou a divagar com as seguintes palavras:

"Bem, se roubassem as moedas do prato, logo o vendedor perceberia que não poderia confiar na sua clientela, e logo não poderia manter mais o preço barato, pois tinha que compensar os roubos!

Mas, talvez tal prática poderia criar uma repetição, desconfiança, que os clientes poderiam reclamar do preço, e assim, darem razão ao roubo, e os murmúrios se multiplicariam, o que deixa o comerciante mais preocupado com o aumento de prática de não honrar seus compromissos! E o comerciante se ver obrigado a contratar um caixa, e assim aumentaria mais ainda o preço do leite.

Não sendo somente, isso, o comerciante, que como todo cidadão que paga importo, exige do poder público mais segurança contra os que furtavam, e o governo começa a contratar mais policiais, e assim cobra mais imposto de todos (clientes e comerciantes)!

Moral da história, quem rouba leite, é vigiado pelos seguranças, paga mais caro pelo leite, e paga mais ao governo para vigia-lo, por não honrar seus compromisso!"


Assim, percebe-se que para cada crente, salvo em Cristo Jesus, não basta ter o testemunho das pessoas, mas precisa colaborar para manter a paz e harmônia na sua comunidade. Assim, não basta ir a igreja, ter atividades e conhecimento bíblico, mas vida espiritual para usufruir de testemunho em todas as áreas da sua vida, e ter total restauração e soberania de Cristo!

Já podemos nos perguntar porque que o Brasil possui tantas pessoas professando o cristianismo, mas não está acompanhada testemunho transformado? Hoje temos mais de 25% da população evangélica, mas nas prisões há mais de 50% de presos que frequentavam igrejas e são/foram filhos de crentes. Porque estes não exalam o perfume de Cristo em suas vidas e inspiram as pessoas a se aproximar de Deus? Pelo contrário, podemos ouvir com frequência dos impios que ser evangélico, ou salvo, é melhor ser mundano, ir para o inferno. Ou seja, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios (Rm 2.24).

Podemos está correndo o risco de ofertar um evangelho sem poder e sem força (Rm 1.16)! Comprado e negociado pelo mundo (Mt 24.11), em que se percebe o esfriamento do amor (Mt 24.12). 

Quando Jesus ensina, façam os outros como fariam a si mesmo (Mt 7.12), não falam em roubar mais para a si proteger, ou até mesmo roubar ou escamotear para ter vantagem imerecidas, mas que protegessem para a justiça, a misericórdia e a fé para todos (Mt 23.23)! Afinal, Deus dá o sol e a chuva para bons e maus (Mateus 5) não para fazer mais ciosas erradas, mas para se arrependerem.

É incrível que no Império Romano onde os cristãos foram brutalmente mortos e perseguidos houve mudança no império, em que numericamente no século IV, se entendia que quase a metade do mundo antigo estava convertido, e a ação de Constantino só foi legitimar o que foi inevitável, ganhar os corações romanos pela postura coerente, espiritual, e santa. Sem governador cristão se converteu o maior império da história. Não entrando no mérito posterior da sacralização de Constantino.

Temos duas bases para mudar a nação por meio da influência cristã expressa:
  • Os cristão devem influenciar o governo civil de acordo com os padrões morais e os propósitos de Deus para o governo, conforme revelado na Bíblia;
  • Nesta influência, os cristão têm de insistir, e ao mesmo tempo proteger a liberdade religiosa para todos os cidadãos.
Fundamentos do Antigo Testamento:
  • José, homem paciente e inteligente, sendo fiel a Deus e seus valores não negociou seu testemunho, mesmo que com mentiras tenha sido largado na prisão, com o dom de interpretar sonhos e de administrar posses, tornou-se governado do Egito. Não teve impedimento de aconselhar o próprio Faraó e dizer o que seria certo naquele momento, diante da revelação (administre bem os bens, para o Senhor);
  • Moisés, homem culto, versado em toda a ciência dos egípcios, não ganho a guerra de influência e respeito por meio da sua sabedoria, mas no testemunho fiel de servir a Deus, e não pedir, mas declarar a vontade de Deus: Deixa sair o meu povo para presta-me culto (assim diz o Senhor)! Assim, o maior império da antiguidade naquele momento de ajoelhou diante de Deus (Não mude de ideia quando lhe disserem não, persevere na Palavra de Deus, e Deus abrirá o caminho);
  • Daniel, sendo escravo, não se abateu, mas guardou testemunho de não se contaminar com as iguarias/doutrinação do rei (e da cultura Babilônica), e ser mais instruídos que os outros, tornando-se 10 vezes mais douto. Teve a ousadia de aconselhar o rei dizendo sobre a interpretação do seu sonho: "abandona os teus pecados, pratica a justiça, renuncia as tuas maldades e faz misericórdia aos pobres" (Dn 4.27), (Estude e não tenha medo de conhecer as ciências e a política, mas tenha um coração sensível a voz de Deus, e testemunho pessoal impecável);
  • Jeremias, orienta aos seus compatriotas a não querer prejudicar na terra do exílio, mas ensina: "empenha-vos pela prosperidade da cidade, [...], porque a prosperidade dela será a vossa prosperidade" (Jr 29.7). (Orientou a conviver na terra dos idolatras, mas com sabedoria);
  • No livro de Ester, fala de Mardoqueu que protegeu o Rei de conspiração, e a rainha Ester pelo seu bom testemunho e vida digna, foi aceita a ser rainha por sua beleza e carisma, mas salvou o seu povo da morte, por sua devoção e bom relacionamento com o Rei (Mantenha bons relacionamento com os pecadores e governantes, os trate e respeite com dignidade, foi Deus quem os instituiu);
  • Os profetas, que denunciavam a injustiça, o roubo, o suborno, o jugo de poderosos contra os pobres, a idolatria entre tantos pecados: contra as nações impias Isaías (Is 12-23), Ezequiel (Ez 25-32), Amós (Am 1-2), Obadias (profecia contra Edom), Jonas (enviado a Ninive) etc (Não esqueça suas origem familiares, comunitárias, religiosas, as pessoas, a Palavra de Deus, e não negocie seus valores e origens);
  • João Batista, último profeta do Antigo Testamento, pregou e denunciou Herodes por tomar o mulher de seu irmão, e denunciar os seus crimes. Foi capaz de enfrentar a prisão e a morte (Lc 3.18-20).
Fundamentos do Novo Testamento:
  • Jesus (o Messias), repreende Herodes e o chama de raposa, pois manterá a fazer a obra de Deus sem medo de autoridade delegada (Lc 13.32), não temeu na morte junto ao governador Pilatos de cumprir o seu chamado (João 19); 
  • Paulo dialoga com governadores, reis e rainha sobre o evangelho, o juízo vindouro, a ressurreição de tal forma que os mesmos ficam atemorizado, pois Deus castiga pecadores de formas iguais, os grandes e pequenos (At 24.24,25), diferente da crença grecoromana que os ricos podem ter melhor destino;
  • Romanos 13, ensina claramente em temer (respeitar) e seguir o bom testemunho e obediência em Deus;
  • 1 Pedro 2, ensina como em Romanos 13 sobre responsabilidade de influenciar, cooperar, honrar, tributar, pagar imposto e seguir respeitando o regime de governo sabendo que foi Deus que os instituiu;
Assim, podemos perguntar: Será que se eles quisessem agradar aos homens e não falassem conforme a justiça e a Palavra de Deus, haveria influência sobre essas pessoas? Será que haveria mudanças e conversões aceitando a mentalidade mundana, e se moldando a elas? Com certeza não!

Hoje no sistema democrático não havia nos tempos bíblicos, mas os princípios bíblicos permanecessem, e podemos inquirir: Como os cidadãos podem saber o tipo de governo que Deus está procurando? Com certeza, não é porque possui o título de evangélico é suficiente (lembre-se da parábola das árvores de Jotão, Juízes 9.9-16), mas deve possui testemunho, propostas condicente a moral e princípios bíblicos de paz, prosperidade, santidade e pluralidade. 

Como vemos a capacidade administrativa e o testemunho justo de Daniel na Babilônia, a injustiça denunciada por Jonas em Nínive, na sua pregação; administra bem e prosperar seus empreendimento de forma justa (veja administração de José, Gn 37-50); conhece a lei e a história do seu povo, e busca seguir a vontade de Deus por meio de um relacionamento pessoal (Moisés, livro de Êxodo, Números e Deuteronômio), de fazer paz e buscar justiça para o indefeso (Profetas), e não ter medo de autoridades superiores, mas que os confronte, pois teme a Deus acima de tudo (João Batista), e por fim, é fiel até a morte ao Senhor, mas age em tudo com amor ágape (Jesus).

Será que se busca essas características para influenciar no meio político ou representativo? Ou se busca currículo, ou favores? Deus busca verdadeiros adoradores que adoram ao Pai em Espírito e Verdade, e servir ao Senhor na Política é adora-lo na beleza da Sua Santidade.

Nos guardemos do mal (e dos ídolos) e busquemos fazer a vontade do Senhor, sabendo que é nossa responsabilidade escolher candidatos, representantes para serem nossa cara e voz, valores e legado, para nossa cidade e até a nação! Não negocie a sua santidade, sua cidade e nação! São de Deus! Pra quem você está entregando cristão? Pague o seu leite!

    sábado, 5 de novembro de 2016

    Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 4]

    Argumento equivocado: Dedique-se à política e não à evangelização!


    Pra que suas virtudes e dons?

    Considerar que os dons espirituais têm o mero objetivo de adornar e beneficiar a pessoa que os tem seria tão absurdo quanto dizer: “Eu acendo o fogo não para esquentar a sala, mas para esquentar a lareira” (Abraham Kuyper)


    Iniciamos postagens sobre temas ligado a cidadania terrena do crente, entendendo que deve se dá a César o que é de César (obrigações civis) e a Deus o que é de Deus (compromisso religioso).

    O envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 4 de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

    Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:
    Nossa discussão será sobre:

    Argumento equivocado: Dedique-se à política e não à evangelização!





    Percebemos muitas pessoas com entusiasmo por mudanças [as vezes são radicais] na vida política, civil e econômica. Nas universidade, por exemplo, é comum o discurso marxista de revolução (mudança abrupta), e alguns podem até dizer que o caminho da força das massas contra aqueles que possuem os meios de produção.



    Outros utilizam-se de correntes de pensamentos influenciados por ideologias (liberais, conservadoras, nacionalistas, comunitárias, cientificistas, entre outras) e acusam que o pensamento religioso nada tem a contribuir com o mundo (na Terra), pois só pensam e trabalham para o mundo do Ceú (espiritual), então se precisam de formas atuais de pensar a vida concreta (saúde, emprego, lazer, família, economia, política, etc.).



    Pensamentos estes, em parte corretos, pois muitos se voltam para a Bíblia somente realizando a leitura da salvação da alma, e não percebendo que nela há princípios para toda a vida e todas as coisas. Contudo, não estão ditas diretamente, mas há soluções para toda a vida por meio de princípios na Palavra de Deus (Bíblia), assim, podemos refletir no mundo, ciência, cultura, arte, política, economia e vida completa por categorias bíblicas também.



    Segundo Grudem (2016) diz não conhecer nenhum líder evangélico influente que defenda a tese de se dedicar somente a política e não a evangelização. Pois, como poderá ganhar uma batalha dos corações de fora para dentro? Se a Bíblia diz que é de dentro para fora.



    Segundo Koyzis (2014) levanta algumas ideologias que tentam tratar de formas de enxergar ao mundo sem a pregação do evangelho (busca sem Deus de explicar o mundo e como interagir com o mesmo). O autor chama de ideologia o sistema de pensamento que realiza as seguintes ações: a) conjunto de ideias recicladas de outras ideologias ou teorias políticas anteriores, ou popularização de uma teoria ou filosofia normativa (“ideias mais correta aos aos olhos dos seus adeptos”); b) normalmente surgem como secularização da fé cristã e de culturas historicamente moldadas pela fé, a começar pelo Ocidente (p.e., não há marxismo onde não ocorreu colonização ou evangelização cristã); c) traz a possibilidade de movimento político de massa (faz com as pessoas acreditem que terão um nível de poder ou privilégio que não possuíam antes); d) aperfeiçoamento e uso das tecnologia de informação e comunicação para divulgar a ideologia por meio do marketing (redes sociais, por exemplo), e alcançam pessoas, as vezes sem esclarecimento das implicações daquela visão de mundo se levada/praticada com coerência na maior parte da sua vida, ou sem alternativa de outras formas de pensamento para comparar e compram aquela ideia.




    Para Koyzis a ideologia é diferente de cosmovisão (visão de mundo, conjunto de ideias de uma pessoa, e que pode ser compartilhada com outras pessoas) pelo fato da ideologia levar a polarizar uma fonte para o mal, e selecionar uma fonte para salvação, e camuflar a realidade, fazendo a pessoa possua uma leitura aparente e desfaçada de realidade que a ilude sem analisar vários outros fatores complexos. Por isso, toda ideologia para o mesmo é o pecado de idolatria, por elevar um elemento da criação a divinação e salvação, acima de outros, e fora de Deus.



    Por exemplo, quando se segue uma linha ideológica liberal, se crer que o individuo é o soberano, e qualquer coisa que tire a liberdade individual do mesmo é errado; no caso do conservador, acredita que as raízes e o conhecido são as fontes de segurança para a comunidade local, e as coisas diferentes devem ser acompanhada de desconfiança; ou, também o nacionalismo, que crer que uma raça/nação é melhor que outra; ou o socialismo, que demoniza a propriedade privada, e iguala todos pelo bens comum dirigido pelo estado, e etc. Todas buscam solução para o mundo fora  de Deus e do evangelho.



    Grudem lembra que sempre chega um momento em que as leis boas não resolvem os problemas de uma cidade ou de uma nação, na verdade, quando se resolve algo, pode sempre criar outros problemas. Então, para um povo ser transformado, não é só pela política, mas deve vir de dentro para fora, do coração e nas mentes das pessoas. Isso só é possível pelo evangelho pregado com poder de testemunho e vida abundante.



    Governos com leis e estrutura de controle, como policia, podem controlar e impedir comportamento errados, e até ensinar e mostrar as pessoas o que elas aprovam, mas é incapaz de torná-las boas e produzir bons cidadão.



    A mudança para uma nação ver-se as seguintes premissas: a) o coração das pessoas mudarem para procurarem fazer o bem, e não mal; b) a mente das pessoas mudarem pra procurarem as convicções morais próximos aos padrões de Deus; e c) se as leis mudarem, para promover de forma plena e de boa conduta, e assim punir o procedimento errado.



    Logo, a política é incapaz de fazer essas mudanças, mas o evangelho pode mudar o coração, transformar a mente e trazer arrependimento dos erros, e motivar a fazer o que é correto.



    Lembremos que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna (Rm 6.23). Sem dúvida, não há nada mais poderoso que ser salvo deste mundo, do sistema de pensamento, cultura e comportamento para viver a liberdade e com vida eterna. Pois, se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas se passaram, tudo se fez novo (2 Co 5.17).



    Se quer usar a visão cristã para transformar a sociedade, deve ser por meio da influencia cristã expressiva no governo, vivendo a vida cristã, pensando no seu mundo comunitário, profissional, cultural e onde Deus te plantou, a partir do cristianismo, e não se isolar na teologia, mas desenvolver uma cosmovisão cristã que dialogue os princípios bíblicos (não doutrinas simplesmente).

    Pode usar elementos ideológicos (pois podem enxergar e estudar a criação, e encontrar e explicar fenômenos corretamente), mas não pode adota-lo totalmente e acriticamente, e como não pode usar formas seculares de pensamento sem confrontar com a Cruz. Se não, só se torna um crente nominal, com o pensamento preso, é secular e idolatra (pois a idolatria é muito mais profunda que ídolos de imagem feita por mãos de barro ou mental, mas é tudo que ocupa o lugar de Deus na sua vida).



    Não é só com a política que deve-se buscar servir a Deus, mas em todas as áreas da vida mostrar e viver o senhorio de Cristo.

    Como diz Abraham Kuyper “Não há um único centímetro quadrado, em todos os domínios de nossa existência, sobre os quais Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: “É meu!”


    Bibliografia

    Koyzis, D. T. Visões & ilusões políticas: uma análise e crítica cristã das ideologias contemporâneas. São Paulo: Vida Nova, 2014.

    Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

    sexta-feira, 28 de outubro de 2016

    Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 3]

    O crente não se envolve com o governo: Pois é perverso e demoníaco! Ou dedica-se somente a evangelização, e não a política!


    Iniciamos postagens sobre temas ligado a cidadania terrena do crente, entendendo que deve se dá a César o que é de César (obrigações civis) e a Deus o que é de Deus (compromisso religioso).

    O envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 3 de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

    Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:
    Nossa discussão será sobre:



    Já percebeu como ocorre na internet postagem demonizando os governos e governantes! Coisas como o Político Fulana é satanista! Ou é Maçom (como se este fosse satanista), Ou fez pacto com o demônio. Ou simplesmente, diz, todo político é "desgraçado, não presta, raça corrupta, todos devem sofrer/morrer"! Um discurso de ódio bem claro.



    Já vi coisas como "Devemos jogar uma bomba em Brasília!" ou "Deve-se tratar mal quem nos trata mal" (supostamente uma personalidade política pertencente a um partido político que no momento é vinculado a corrupção). Ou, não me envolvo com política, pois é tudo ladrão. 

    Eventos recentes tem contribuído para descrença na política e nos políticos, tais como Corrupção da Petrobras, Petrolão, Mensalão e outros "ão".



    O que está por trás de um pensamento tão negativo e repulsivo sobre a Política? 

    Podemos abordar algumas coisas do nosso contexto histórico:
    • O Brasil foi colonia de exploração, logo a referência das autoridades sob a liderança da metrópole portuguesa foi de exploração, roubo e sofrimento imposto;
    • Após a independência, no Brasil império, muitos desses vícios estavam presentes, e não ocorriam a participação da população, em que na época a maior parte da população era rural, analfabeta e de predominância nas atividades econômicas baseada na escravidão e outras formas senhorios imposto;
    • Na república, ainda tivemos formas aristocráticas de governo (governo oligárquico, ou de pequenos grupos econômicos), como ranço do império;
    • O desenvolvimento histórico de um povo dominado, sem o desenvolvimento cultural a partir do letramento e da participação social política, e me parece que influenciou para um afastamento e incapacitação da massa na vida política;
    • A partir do século XX, em especial, depois de Getúlio Vargas, com o voto masculino, e depois o feminino, a progressiva oportunidade de educação pública e avanços de conquistas sociais o povo se viu incluído na vida pública, em um contexto de convergência internacional (contudo, numa relação paternalista do governo, mediado pela ditadura de Getúlio);
    • Temos depois golpes, e deposições de governantes, em que somente cinco presidentes de vinte e cinco finalizam seus mandatos, sendo que a última (Ex-Presidenta Dilma) passou pelo impeachment.
    • Logo, nossa cultura política está em construção e desenvolvimento, pois não tivemos nem cinquenta anos da redemocratização desde o golpe civilmilitar de 60.
    Em especial, na igreja, nós os pentecostais assembleianos, crescemos historicamente desde 1900 entre a camada mais humilde de brasileiros, no qual sempre foi segregado da participação política pelo limite da educação, poucas posses e das posições sociais que não propiciavam a inclusão da voz nas disputas políticas (Souza, 2005). Então, nos apegamos na oração, santificação e poder de Deus! E muitas das vezes independentes de ajuda ou atenção políticas superamos as adversidades.



    Contudo, hoje a os crentes (evangélicos) devem participar da vida política por muitas já declaradas nas postagens anteriores, mas também somos mais 22% da população brasileira, e que podemos ter voz sobre os temas que temos atenção para serem representados nas câmaras municipais, assembleias legislativas estaduais e no congresso nacional. Tanto nos poderes executivo, legislativo e judiciário, assim fazer valer os seus direitos e deveres, para melhorar sua educação, participação e representação para seus valores e bandeiras bíblicas a serem defendidas.

    Não há mais razões para manter um ostracismos autoimposto na vida pública, somos sal e luz. Então, vamos aos argumentos:


    1. Ideia equivocada: Todo governo é perverso e demoníaco


    Alguns fundamental tal opinião em Lucas 4.6:

    E lhe disse: Eu te darei toda a autoridade sobre eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso dá-los a quem eu quiser.

    O sofisma é que todo governo é dirigido por demônio e por Satanás.Tal base na sua própria afirmação na tentação de Jesus, no início do seu ministério, em que uma das tentações ele promete os reinos do mundo se Jesus o adorasse.

    Um livro que utiliza essa argumentação e influenciou muitos americanos foi The myth of a Christian nation (O mito da nação cristã) de Greg Boyd (Grudem, 2014). Em que Boyd diz que todo governo é demoníaco, o diabo usa os governantes (seus servos), e na prática Satanás é o presidente em exercício de todos os governos da terra.

    Grudem armenta os equívocos dessas argumentações:  
    1. Satanás é o pai da mentira, não se deve acreditar no que ele fala (Jo 8.44);
    2. Jesus na tentação não estava preocupado em refutar a cada palavra de Satanás, mas de resistir, e usou a Palavra de Deus para isso: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele cultuarás (Lc 4.8);
    3. O Senhor domina sobre todos governos, e somente Ele estabelece e retira: [...] o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre eles (Dn 4.17);
    4. O Senhor constitui a autoridade para cuidar dos que fazem bem e punir os que fazem mal: Romanos 13:1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.
      2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.
      3 Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.
      4 Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal.
      5 Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.
      6 É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho.
    5. O Senhor ordena honrar e pagar o que é devido: 1 Pe 2.14.
    Como com tantos versos de ensinamento para apoiar que Deus domina, escolhe e executa Sua vontade por meio de homens presidindo governos! Será que vamos dá mais crédito a Satanás (pai da mentira)?

    2. Outra ideia equivocada: Dedique-se à evangelização e não à política


    Há quem defenda que o chamado do salvo é somente pregar o evangelho, pois foi á única forma de influenciar, pois se é chamado para mudar corações, e não a sociedade. Logo, dedique a evangelização e não a política. Pois, neste raciocínio, a igreja só prega o evangelho e não fala sobre a política (Grudem, 2016).

    Sobre está forma de pensamento, podemos perceber é simplista e superficial em relação a grande comissão de Jesus (Mc 16.15).

    Podemos destacar os seguintes argumentos: a) o crente é chamado para as boas obras; b) a boa influência no governo é uma forma de amar o próximo; c) prática o que Deus ordena O glorifica; d) governos bons e ruins fazem diferença no labor de ganhar vidas; e) historicamente, muitos cristãos influenciaram positivamente governos.

    a) o crente é chamado para as boas obras

    A Bíblia revela que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.20). Assim, ninguém por mérito próprio é salvo diante de Deus. Por isso somos salvo pela graça, observe:

    Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2:8,9

    Logo após acrescenta (v. 10):

    Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos.

    Efetivamente a Bíblia nos direciona as boas obras, e não só a pregação: I. Bem a todos, em especial a família da fé (Gl 6.10); II. Resplandeça vossa luz [...] vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, no céu (Mt 5.16).

    As boas obras são realizado especialmente na visão pública em ações sociais, logo se articula com atividades políticas (partidária ou não partidária) com a motivação de glorificarem ao Pai, no céu. Por exemplo, ações em presídios, hospitais, escolas, sem-tetos, empresas, bairros, favelas, e em várias áreas necessitadas.

     b) a boa influência no governo é uma forma de amar o próximo

    Jesus diz em Mt 22.39 "amaras ao teu próximo como a ti mesmo". Implica em dá condições materiais, legais e sociais para se viva com o mais próximo da desigualdade e com boas leis. Tais como a Bíblia ensinar em proteger o órfão, a viuvá, o necessitado, o estrangeiro. O não estimulo das condições de prostituição e pornografia infanto-juvenil, o trabalho escravo ou análogo, o respeito e o ensino moral com decência. Em outras palavras, empenha-se para ter um bom governo e uma boa legislação.

    c) prática o que Deus ordena O glorifica

    Alguns alegam que levar a convicção bíblica ao governo não trará bem espiritual algum. Contudo, em 1 Jo 5.3 diz "Por que o amor de Deus está nisso: em guardar os seus mandamento". Logo, isso é expressar amor ao governo e suas ações. Lembrar que quando a lei é boa, as pessoas confiam: "[As outras nações] ouvirão todas estes estatutos e dirão: Esta grande nação é realmente um povo sábio e inteligente" (Dt 4.6).

    d) governos bons e ruins fazem diferença no labor de ganhar vidas

    Os governos podem respeitar o principio de liberdade religiosa nos direitos humanos, ou não. Em especial isso é observável a diferença que faz no caso da Coreá.

    A Coreá possui a mesma língua, passado cultural e familiar. Mas foi separada por regimes políticos diferentes. Ao norte é comunista, ateia e proíbe a pregação do evangelho. Ao sul é democrático liberal, laico com liberdade religiosa. A sul possui a maior Igreja Assembleia de Deus do mundo, somando milhares de pessoas nas células e nos cultos por dia. E no norte sem liberdade, a igreja escondida nos lares e no subterrâneo se reúne, morrem e são presos pelo evangelho.

    Conhecer e participar politicamente é relevante para manutenção e conservação de direitos dos praticantes religiosos, como liberdade ao culto, a convicção e consciência, de expressar ideias e opiniões livremente.

    Percebe-se que ideologia de esquerda de origem marxista, com argumentos de igualdade, entram em países evangelizados (cristãos e/ou islâmicos) e se instalam e depois destroem a base de valores e cultura com distorções legais e sociais, muitos levantam regimes totalitários. Esses não se instalam por exemplos na interiorização da Índia e países de religião e filosofia de deidade impessoal, não prosperam (Koyzis, 2014).

    e) historicamente, muitos cristãos influenciaram positivamente governos

    Cristãos engajados nos governos de seus países trouxeram benéficos e avanços para o seu povo (Alvin Schmidt apud Grudem, 2016): a) a proibição do infanticídio e aborto do império romano (374 d.C.); b) fim dos combates com gladiadores até a morte nas arenas romanas (404); c) direito a propriedade e proteção as mulheres; d) banimento da poligamia; e) a proibição de queimar viúvas vivas na Índia (1829); f) proibição da deformação dos pés de jovens mulheres na China (1912); persuasão para criação do sistema escolar público na Alemanha (Século XVI) e ensino obrigatório na Europa; e entre tantos outros exemplos de influência positiva.

    Na contemporaneidade pode-se lembra pela direitos civis de igualdade entre negros e brancos nos EUA pelo pastor batista Martin Luther King Jr. Com preço de desobediência civil e depois com sua vida defendeu a liberdade como dom de Deus para todo ser humano, e o pecado da discriminalização racial, e conseguiu.



    Como podemos só evangelizar e não ter impacto de mudança de vidas, atitudes e por fim do pecado do povo e da sociedade? Se não envolver será um evangelho insipido, sem força e poder para salvar.

    Por fim, há o último argumento que diz respeito sobre o fim dos tempos, logo haverá perseguição? Jesus não está voltando, logo? Por que gastar energia e tempo para salvar o máximo possível?

    Primeiramente, a passagem da grande tribulação e do anticristo (Mt 24 e 2 Tm 3) fala de uma realidade espiritual temporal sem data (ninguém sabe a hora, Mt 24.36). Sabemos que Cristo está voltando, mas enquanto volta, nós trabalhamos servindo  com boas obras (Ef 2.10), fazendo todo o propósito de Deus (At 20.27), amando o próximo como a nós mesmo (Mt 22.39). Logo, devemos influenciar o máximo possível para ter e dá boas condições ao nosso próximo.

    Por segundo, se não houvesse avançados e buscado influenciar e sermos sal e luz do mundo as conquistas sociais supramencionadas teriam sido alcançadas? Pessoas teriam sido salvas somente com palavras e reuniões? Como diz Tiago, não amemos só por palavras mais de fato!

    Por terceiro, não se gasta energia impropriamente, pois sem lideranças políticas que apoiem o evangelho, a elaboração de boas leis e o bom caráter e o trato correto na coisa pública, estaríamos vivendo numa sociedade totalmente corrupta nos compromissos e numa crise de confiança, talvez em guerras. Lembre que a Igreja tem diversidades de dons (1 Co 12.4), e esses dons são para manter o corpo de Cristo (v.12), e para isso a saúde, a educação, a segurança e o bem-estar da cidade, da nação são essenciais. Entendo que os ensinamento bíblicos são aplicáveis a sociedade atual! Não só na vida privada, mas numa cosmovisão que leva ao público o evangelho vivo, como um leão com força, quando vivido em sinceridade e santidade.

    Bibliografia

    Koyzis, D. T. Visões & ilusões políticas: uma análise e crítica cristã das ideologias contemporâneas. São Paulo: Vida Nova, 2014.

    Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

    Grudem, W. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São Paulo: Nova Vida, 2014.

    Souza, B. A. História da Igreja-Mãe das Assembleias de Deus no Brasil. Belém: Edição Comemorativa, 2005.

    Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 3]

    O crente não se envolve com o governo: 

    Pois é perverso e demoníaco! Ou dedica-se somente a evangelização, e não a política!

    Iniciamos postagens sobre temas ligado a cidadania terrena do crente, entendendo que deve se dá a César o que é de César (obrigações civis) e a Deus o que é de Deus (compromisso religioso).

    O envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 3 de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

    Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:
    Nossa discussão será sobre:



    Já percebeu como ocorre na internet postagem demonizando os governos e governantes! Coisas como o Político Fulana é satanista! Ou é Maçom (como se este fosse satanista), Ou fez pacto com o demônio. Ou simplesmente, diz, todo político é "desgraçado, não presta, raça corrupta, todos devem sofrer/morrer"! Um discurso de ódio bem claro.



    Já vi coisas como "Devemos jogar uma bomba em Brasília!" ou "Deve-se tratar mal quem nos trata mal" (supostamente uma personalidade política pertencente a um partido político que no momento é vinculado a corrupção). Ou, não me envolvo com política, pois é tudo ladrão. 

    Eventos recentes tem contribuído para descrença na política e nos políticos, tais como Corrupção da Petrobras, Petrolão, Mensalão e outros "ão".



    O que está por trás de um pensamento tão negativo e repulsivo sobre a Política? 

    Podemos abordar algumas coisas do nosso contexto histórico:
    • O Brasil foi colonia de exploração, logo a referência das autoridades sob a liderança da metrópole portuguesa foi de exploração, roubo e sofrimento imposto;
    • Após a independência, no Brasil império, muitos desses vícios estavam presentes, e não ocorriam a participação da população, em que na época a maior parte da população era rural, analfabeta e de predominância nas atividades econômicas baseada na escravidão e outras formas senhorios imposto;
    • Na república, ainda tivemos formas aristocráticas de governo (governo oligárquico, ou de pequenos grupos econômicos), como ranço do império;
    • O desenvolvimento histórico de um povo dominado, sem o desenvolvimento cultural a partir do letramento e da participação social política, e me parece que influenciou para um afastamento e incapacitação da massa na vida política;
    • A partir do século XX, em especial, depois de Getúlio Vargas, com o voto masculino, e depois o feminino, a progressiva oportunidade de educação pública e avanços de conquistas sociais o povo se viu incluído na vida pública, em um contexto de convergência internacional (contudo, numa relação paternalista do governo, mediado pela ditadura de Getúlio);
    • Temos depois golpes, e deposições de governantes, em que somente cinco presidentes de vinte e cinco finalizam seus mandatos, sendo que a última (Ex-Presidenta Dilma) passou pelo impeachment.
    • Logo, nossa cultura política está em construção e desenvolvimento, pois não tivemos nem cinquenta anos da redemocratização desde o golpe civilmilitar de 60.
    Em especial, na igreja, nós os pentecostais assembleianos, crescemos historicamente desde 1900 entre a camada mais humilde de brasileiros, no qual sempre foi segregado da participação política pelo limite da educação, poucas posses e das posições sociais que não propiciavam a inclusão da voz nas disputas políticas (Souza, 2005). Então, nos apegamos na oração, santificação e poder de Deus! E muitas das vezes independentes de ajuda ou atenção políticas superamos as adversidades.



    Contudo, hoje a os crentes (evangélicos) devem participar da vida política por muitas já declaradas nas postagens anteriores, mas também somos mais 22% da população brasileira, e que podemos ter voz sobre os temas que temos atenção para serem representados nas câmaras municipais, assembleias legislativas estaduais e no congresso nacional. Tanto nos poderes executivo, legislativo e judiciário, assim fazer valer os seus direitos e deveres, para melhorar sua educação, participação e representação para seus valores e bandeiras bíblicas a serem defendidas.

    Não há mais razões para manter um ostracismos autoimposto na vida pública, somos sal e luz. Então, vamos aos argumentos:


    1. Ideia equivocada: Todo governo é perverso e demoníaco


    Alguns fundamental tal opinião em Lucas 4.6:

    E lhe disse: Eu te darei toda a autoridade sobre eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso dá-los a quem eu quiser.

    O sofisma é que todo governo é dirigido por demônio e por Satanás.Tal base na sua própria afirmação na tentação de Jesus, no início do seu ministério, em que uma das tentações ele promete os reinos do mundo se Jesus o adorasse.

    Um livro que utiliza essa argumentação e influenciou muitos americanos foi The myth of a Christian nation (O mito da nação cristã) de Greg Boyd (Grudem, 2014). Em que Boyd diz que todo governo é demoníaco, o diabo usa os governantes (seus servos), e na prática Satanás é o presidente em exercício de todos os governos da terra.

    Grudem armenta os equívocos dessas argumentações:  
    1. Satanás é o pai da mentira, não se deve acreditar no que ele fala (Jo 8.44);
    2. Jesus na tentação não estava preocupado em refutar a cada palavra de Satanás, mas de resistir, e usou a Palavra de Deus para isso: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele cultuarás (Lc 4.8);
    3. O Senhor domina sobre todos governos, e somente Ele estabelece e retira: [...] o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre eles (Dn 4.17);
    4. O Senhor constitui a autoridade para cuidar dos que fazem bem e punir os que fazem mal: Romanos 13:1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.
      2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.
      3 Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.
      4 Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal.
      5 Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.
      6 É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho.
    5. O Senhor ordena honrar e pagar o que é devido: 1 Pe 2.14.
    Como com tantos versos de ensinamento para apoiar que Deus domina, escolhe e executa Sua vontade por meio de homens presidindo governos! Será que vamos dá mais crédito a Satanás (pai da mentira)?

    2. Outra ideia equivocada: Dedique-se à evangelização e não à política


    Há quem defenda que o chamado do salvo é somente pregar o evangelho, pois foi á única forma de influenciar, pois se é chamado para mudar corações, e não a sociedade. Logo, dedique a evangelização e não a política. Pois, neste raciocínio, a igreja só prega o evangelho e não fala sobre a política (Grudem, 2016).

    Sobre está forma de pensamento, podemos perceber é simplista e superficial em relação a grande comissão de Jesus (Mc 16.15).

    Podemos destacar os seguintes argumentos: a) o crente é chamado para as boas obras; b) a boa influência no governo é uma forma de amar o próximo; c) prática o que Deus ordena O glorifica; d) governos bons e ruins fazem diferença no labor de ganhar vidas; e) historicamente, muitos cristãos influenciaram positivamente governos.

    a) o crente é chamado para as boas obras

    A Bíblia revela que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.20). Assim, ninguém por mérito próprio é salvo diante de Deus. Por isso somos salvo pela graça, observe:

    Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2:8,9

    Logo após acrescenta (v. 10):

    Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos.

    Efetivamente a Bíblia nos direciona as boas obras, e não só a pregação: I. Bem a todos, em especial a família da fé (Gl 6.10); II. Resplandeça vossa luz [...] vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, no céu (Mt 5.16).

    As boas obras são realizado especialmente na visão pública em ações sociais, logo se articula com atividades políticas (partidária ou não partidária) com a motivação de glorificarem ao Pai, no céu. Por exemplo, ações em presídios, hospitais, escolas, sem-tetos, empresas, bairros, favelas, e em várias áreas necessitadas.

     b) a boa influência no governo é uma forma de amar o próximo

    Jesus diz em Mt 22.39 "amaras ao teu próximo como a ti mesmo". Implica em dá condições materiais, legais e sociais para se viva com o mais próximo da desigualdade e com boas leis. Tais como a Bíblia ensinar em proteger o órfão, a viuvá, o necessitado, o estrangeiro. O não estimulo das condições de prostituição e pornografia infanto-juvenil, o trabalho escravo ou análogo, o respeito e o ensino moral com decência. Em outras palavras, empenha-se para ter um bom governo e uma boa legislação.

    c) prática o que Deus ordena O glorifica

    Alguns alegam que levar a convicção bíblica ao governo não trará bem espiritual algum. Contudo, em 1 Jo 5.3 diz "Por que o amor de Deus está nisso: em guardar os seus mandamento". Logo, isso é expressar amor ao governo e suas ações. Lembrar que quando a lei é boa, as pessoas confiam: "[As outras nações] ouvirão todas estes estatutos e dirão: Esta grande nação é realmente um povo sábio e inteligente" (Dt 4.6).

    d) governos bons e ruins fazem diferença no labor de ganhar vidas

    Os governos podem respeitar o principio de liberdade religiosa nos direitos humanos, ou não. Em especial isso é observável a diferença que faz no caso da Coreá.

    A Coreá possui a mesma língua, passado cultural e familiar. Mas foi separada por regimes políticos diferentes. Ao norte é comunista, ateia e proíbe a pregação do evangelho. Ao sul é democrático liberal, laico com liberdade religiosa. A sul possui a maior Igreja Assembleia de Deus do mundo, somando milhares de pessoas nas células e nos cultos por dia. E no norte sem liberdade, a igreja escondida nos lares e no subterrâneo se reúne, morrem e são presos pelo evangelho.

    Conhecer e participar politicamente é relevante para manutenção e conservação de direitos dos praticantes religiosos, como liberdade ao culto, a convicção e consciência, de expressar ideias e opiniões livremente.

    Percebe-se que ideologia de esquerda de origem marxista, com argumentos de igualdade, entram em países evangelizados (cristãos e/ou islâmicos) e se instalam e depois destroem a base de valores e cultura com distorções legais e sociais, muitos levantam regimes totalitários. Esses não se instalam por exemplos na interiorização da Índia e países de religião e filosofia de deidade impessoal, não prosperam (Koyzis, 2014).

    e) historicamente, muitos cristãos influenciaram positivamente governos

    Cristãos engajados nos governos de seus países trouxeram benéficos e avanços para o seu povo (Alvin Schmidt apud Grudem, 2016): a) a proibição do infanticídio e aborto do império romano (374 d.C.); b) fim dos combates com gladiadores até a morte nas arenas romanas (404); c) direito a propriedade e proteção as mulheres; d) banimento da poligamia; e) a proibição de queimar viúvas vivas na Índia (1829); f) proibição da deformação dos pés de jovens mulheres na China (1912); persuasão para criação do sistema escolar público na Alemanha (Século XVI) e ensino obrigatório na Europa; e entre tantos outros exemplos de influência positiva.

    Na contemporaneidade pode-se lembra pela direitos civis de igualdade entre negros e brancos nos EUA pelo pastor batista Martin Luther King Jr. Com preço de desobediência civil e depois com sua vida defendeu a liberdade como dom de Deus para todo ser humano, e o pecado da discriminalização racial, e conseguiu.



    Como podemos só evangelizar e não ter impacto de mudança de vidas, atitudes e por fim do pecado do povo e da sociedade? Se não envolver será um evangelho insipido, sem força e poder para salvar.

    Por fim, há o último argumento que diz respeito sobre o fim dos tempos, logo haverá perseguição? Jesus não está voltando, logo? Por que gastar energia e tempo para salvar o máximo possível?

    Primeiramente, a passagem da grande tribulação e do anticristo (Mt 24 e 2 Tm 3) fala de uma realidade espiritual temporal sem data (ninguém sabe a hora, Mt 24.36). Sabemos que Cristo está voltando, mas enquanto volta, nós trabalhamos servindo  com boas obras (Ef 2.10), fazendo todo o propósito de Deus (At 20.27), amando o próximo como a nós mesmo (Mt 22.39). Logo, devemos influenciar o máximo possível para ter e dá boas condições ao nosso próximo.

    Por segundo, se não houvesse avançados e buscado influenciar e sermos sal e luz do mundo as conquistas sociais supramencionadas teriam sido alcançadas? Pessoas teriam sido salvas somente com palavras e reuniões? Como diz Tiago, não amemos só por palavras mais de fato!

    Por terceiro, não se gasta energia impropriamente, pois sem lideranças políticas que apoiem o evangelho, a elaboração de boas leis e o bom caráter e o trato correto na coisa pública, estaríamos vivendo numa sociedade totalmente corrupta nos compromissos e numa crise de confiança, talvez em guerras. Lembre que a Igreja tem diversidades de dons (1 Co 12.4), e esses dons são para manter o corpo de Cristo (v.12), e para isso a saúde, a educação, a segurança e o bem-estar da cidade, da nação são essenciais. Entendo que os ensinamento bíblicos são aplicáveis a sociedade atual! Não só na vida privada, mas numa cosmovisão que leva ao público o evangelho vivo, como um leão com força, quando vivido em sinceridade e santidade.

    Bibliografia

    Koyzis, D. T. Visões & ilusões políticas: uma análise e crítica cristã das ideologias contemporâneas. São Paulo: Vida Nova, 2014.

    Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

    Grudem, W. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São Paulo: Nova Vida, 2014.

    sábado, 22 de outubro de 2016

    Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo? [Parte 2]

    O governo deve excluir a religião?

    Iniciamos as postagem falando sobre o envolvimento do cristão na política, e esta será a parte 2 de Por que os cristãos [assembleianos] devem influenciar positivamente o governo?

    Com base no texto de Grudem (2014; 2016) vamos fazer algumas considerações sobre o envolvimento do cristão e a política. Com a provocação de seis itens:



    Deve-se fazer uma demarcação para as coisas tratadas aqui: a) a hermenêutica é cristocêntrica; b) os exemplos do Antigo Testamento não tem validade de lei obrigatória aos gentil conforme Atos 15 (Concílio de Jerusalém), desta form pode ser consultada como princípios ou orientação optativa; c) temos orientação arminiana em que o crente possui o livre-arbítrio e pode resistir a graça, e Deus na soberania respeita a vontade humana.
    Vamos para o primeiro ponto:

    Vamos iniciar:

    O oposto de impor uma religião é excluir a religião. Ocorre formas de ideias que excluem a religião do governo e da política. Eu na minha conta do Facebook fui marcado em uma postagem por uma pessoa em que um político evangélico tinha sido condenado por irregularidade, contudo houve prescrição do crime. Nesta situação eu conhecia o crime e a vida da pessoa em questão e informei que não foi um caso escondido, em que tinha sido reconhecido pela pessoa em público, e por isso eu tinha confiança na mesma. A resposta que recebi foi: "Não se mistura religião com política."

    Nesta situação pude perceber duas coisas: 1. Existe um sentimento de aversão a pessoas que publicamente admitem sua fé, como se fossem inferiores a aqueles que não admitem, ou omitem sua fé; 2. Ocorre uma ignorância sobre o papel da fé reformada sobre o desenvolvimento da Ciências e do pensamento político contemporâneo, em que cristão colaboraram ao desenvolvimento do sistema atual de democracia.

    Naquela ocasião respondi:
    "Acho que falta esclarecimento!

    1. Pensamentos ou princípios religiosos fundam o pensamento político e científico ocidental;
    2. A Ciência só se desenvolveu por se acreditar que existe uma mente racional, logo o ser humano pode descobrir as leis naturais, proposições do Doutor da Igreja Thomas de Aquino, e depois de [Copérnico], Galileu, Kepler, Isaac Newton (Cristãos), [Descarte, Boyle, Faraday, Mendel, Kelvin, Planck], Einstein e outros deístas, etc.

    3. A influência da ideia cristã da igualdades dos seres humanos diante da Bíblia e de Deus, apoiou a separação de poderes em executivo, legislativo e judiciário, e a criação da constituição na Europa [exemplo foi a Holanda] e EUA;

    4. A separação entre Estado e Governo foi fundada na reforma protestante e defendida até hoje.

    O que não se deve confundi: a) que a igreja deva invadir o Estado, este tem o poder de dirigir e proteger direitos das esferas das instituições; b) se o pensamento cristão desenvolveu tanto a sociedade, não deve o banir dos ambientes seculares, isso seria preconceituosos e inconstitucional, o que se prevê de separação é a não confluência de religião e Estado, mas seus signos, conceitos fazem parte do nosso mundo e são indissociáveis na cosmovisão empírica."

    Entendi que muitos possuem em mente a história desenvolvido pelo passado cristão no mal emprego dos conceitos bíblicos, em especial na Idade Média, em que papas e muitos religiosos desenvolveram mal o papel político causando destruição e uma mancha na história ocidental.

    Contudo, a história do Cristianismo não se resume aos problemas ligados a Idade Média e outras coisas, o Cristianismo possui mais dois mil anos, e contribuiu e desenvolveu a cultural ocidental, e não a destruiu ou claudicou (pelo contrário, as maiores riquezas ocidentais tem influência cristã). Em especial, depois da Reforma Protestante, muitos cristão trabalharam duro para que esses erros não se repetissem, isso tudo apoiados na sua fé.

    Mas deve-se entender que a natureza humana é caída e egoísta. Muitos ontem e hoje buscam usar a religião para dominar sobre a mente de outras pessoas. Então precisamos do emprego e desenvolvimento de uma cosmovisão cristã para defender de ataques como tais, e nos posicionar como cristão no meio secular e político para ser sal e luz do mundo.

    Contudo, atualmente há por muitos secularistas a mentalidade que se o Estado é laico, toda sua estrutura não deve permitir signos, imagem e ou menção religiosa alguma. Por exemplo, a União Americana das Liberdades Civis (ACLU, em inglês), defende que a crença religiosa deve ser mantida em casa em silêncio, ou seja, grupos religiosos não devem ter influência no processo político (Grudem, 2014).


    Há movimentos de retirada de símbolos cristãos de órgãos públicos historicamente conhecidos, como crucifixos, placas com Dez Mandamentos, ou menção a santos católicos, ou em documento públicos, como as cédulas de dinheiro (Grudem, 2016; Russar, 2012).


    Há até pessoas que estimulam a proibição da manifestação em escolas e formaturas a oração, estudo bíblico e menção de fé por oradores de discussão em colação de grau. Perce-se claramente a condução da exclusão da religião da vida pública. Devemos nos manisfestar, vamos trabalhar com as realidades de: ideia de transformar liberdade religiosa em ausência de religião; restrição de forma indevida a liberdade religiosa e a liberdade de expressão; e, a ideia de excluir os ensinamentos de Deus sobre o bem e o mal do governo.

    A ideia de transformar liberdade religiosa em ausência de religião

    Alguns sustentam que visão de excluir a religião está (erroneamente) da perspectiva da Constituição, na ideia de "liberdade religiosa" de forma distorcida, impondo o sentido de "liberdade de toda influência religiosa". No qual são coisas completamente diferentes.  Em que este último não ocorreu intenção dos legisladores (Grudem, 2014). Aqui no Brasil se utiliza o termo liberdade de consciência, crença e exercício de culto religioso e liturgia (Brasil, 1988, Art. 5º, inciso VI).

    Logo, no Brasil a ideia de liberdade religiosa segundo José Afonso da Silva se desmembra em a liberdade de crença (escolha de religião), a liberdade de culto (práticas de ritos, cerimônias, reuniões de acordo com corpo doutrinário, na forma da lei) e a liberdade de organização religiosa (estabelecimento e organizações de igrejas e suas relações com o Estado) (Russar, 2012). No qual, cumpri ao poderes públicos não embaraçar o exercício dos cultos religiosos (Art. 19, I) e protegê-los, impedindo que outros o façam. Tornando isso no Brasil, sobre a liberdade religiosa uma clausula preteá (Fábio Dantas de Oliveira apud Russar, 2012).

    É interessante que na Constituição Brasileira há escusa de consciência por motivo religioso (Art. 5º, VIII), em que não será desprovido de direitos prevê ações substitutivas, e isso é compatível com o direito de consciência. 

    O Estado Laico, quer dizer ausência de um governo que patrocinasse uma religião ou denominação particular. Não indivíduos sem crenças religiosas ou sem liberdade de seguir de consciência seus preceitos na forma da lei. 

    Restrição de forma indevida a liberdade religiosa e a liberdade de expressão

    Alguns buscam sustentar que a liberdade religiosa não diz respeito ao exercício público quando oram ou falam em eventos públicos. Logo, nesta interpretação visa proibir cristão, judeus e outros o livre exercício da religião.

    Essa visão também restringe de forma indevida a liberdade individual de expressão (Grudem, 2016). E também as reuniões públicas, em locais que não sejam necessariedade de culto, como praças e locais abertos, e neste caso, quando impedidos está restringindo o direito de reunião (Russar, 2012).

    A critica é que se expressar uma opinião religiosa em pública é obrigar as pessoas a aceitá-la. Não há coisa tão incorreta. Muito pelo contrário, ao opinar, isto não é obrigar as pessoas a aceitá-la. Neste caso, se ocorrer algum impedimento se está trazendo obstaculo ao direito de expressão, ou no Brasil o liberdade de consciência.

    A ideia de excluir os ensinamentos de Deus sobre o bem e o mal do governo

    Na Bíblia em Romanos 13.4 informa que a autoridade do governo é "serva de Deus para o teu bem", contudo, como pode esta autoridade servir de fato se não tem permissão para dizer o quem creem que Deus espera dela?

    Em 1 Pedro 2.14 diz "[..] para punir os praticantes do mal e honrar os que fazem bem". Mas como fazer isso se nenhuma das religiões podem ter porta-vozes para aconselhá-los sobre o que é BOM ou MAU?

    Devemos leva em consideração que no caso de haver não haver Deus, o absoluto, não há padrões morais para bem ou mal, assim ao rejeitar padrões morais absolutos que procedem de Deus, essa visão levara a degeneração moral da sociedade (Grudem, 2016).

    Veja isso pela violência, quando não há consciência moral, a violência não diminui, pelo contrário, só aumenta, e desta forma é urgente que os profetas se levantem as vozes pela causa do pobre, da viuvá, do necessitado, do pecado e da corrupção!

    Bibliografia

    Grudem, W. Por que os cristãos devem influenciar positivamente o governo. Grudem, W. & Asmus, B. Economia e política na cosmovisão cristão: contribuições para uma teologia evangélica. São Paulo: Nova Vida, 2016. p. 15-48.

    Grudem, W. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São Paulo: Nova Vida, 2014.

    Russar, A. Brasil: A Laicidade e a Liberdade Religiosa desde a Constituição da República Federativa de 1988. 2012. Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/brasil-laicidade-e-liberdade-religiosa-desde-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-rep%C3%BAblica-federativa-de-1988>. Acessado em 20 out. 2016.